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Moody’s: Portugal com posição de financiamento confortável e risco de segundo resgate baixo

“O risco (de um segundo resgate) não pode ser completamente descartado e isso reflecte-se na nossa classificação de grau de não-investimento para Portugal. No entanto, acreditamos que isso é improvável a breve trecho”, refere a agência de rating.
14 Setembro 2016, 23h20

Portugal está numa posição de financiamento confortável e o risco de haver um segundo resgate financeiro é baixo, disse a agência de ‘rating’ Moody’s, que vê o país a cortar o défice público para abaixo dos 3% do PIB em 2016.

Numa nota, a Moody’s realçou que espera que o Orçamento para 2017 seja aprovado com o apoio do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista Português (PCP) dado que estes “têm poucos incentivos para forçar eleições antecipadas”.

“O risco (de um segundo resgate) é baixo, em nossa opinião. A posição de financiamento do Governo é confortável”, afirmou a Moody’s.

Apesar de esperar que as metas orçamentais continuem “a ser ‘desperdiçadas’, o défice orçamental irá provavelmente estabilizar abaixo de 3% do PIB, um desempenho melhor do que vários outros Estados soberanos da área do euro”.

“Este seria um desempenho melhor do que Portugal historicamente conseguiu, com o saldo primário a atingir um excedente sustentado de cerca de 2 pct do PIB”, afirmou.

“A posição de financiamento do Governo é muito confortável, com uma grande ‘almofada’ de caixa e necessidades de financiamento limitadas para o restante do ano”, explicou.

A agência lembrou que, em junho último, Portugal tinha uma “grande ‘almofada’ de liquidez de cerca de 12 mil milhões de euros  ou 6,5 pct do PIB face ao seu target de fim do ano de 6.400 milhões e à amortização de 4.200 milhões de uma emissão de obrigações (OT) em outubro.

“De acordo com o seu plano de financiamento, o Governo visa emitir mais 4.400 milhões de euros antes do final do ano”, disse a agência. E recordou que “o Banco Central Europeu (BCE) comprou até agora em torno de 1.100 milhões de obrigações portuguesas, como parte do seu programa de Quantitative Easing (QE).

“O risco (de um segundo resgate) não pode ser completamente descartado e isso reflete-se na nossa classificação de grau de não-investimento para Portugal. No entanto, acreditamos que isso é improvável a breve trecho”, indicou.

A Moody’s, que atribui a Portugal um ‘rating’ de ‘lixo’ Ba1 com perspetiva estável, acrescentou que o enfraquecimento da economia e o aumento dos riscos para a trajetória da dívida estão a exercer uma pressão descendente sobre solvência soberana do país.

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