No seu discurso perante o 41.º Congresso do PSD, que está a decorrer em Almada, o ex-governante no executivo de Durão Barroso, e um dirigente histórico do partido, aconselhou Luís Montenegro a manter “o foco” nas eleições de 10 de março, e não na polémica instalada com a Operação Influencer, e a fazer campanha tendo em vista que tem apenas um adversário: “o PS, todo o PS”.

Nuno Morais Sarmento pediu à direção do PSD que “mantenha a cabeça fria” e se mantenha focado nas legislativas, lançando ao mesmo tempo um ataque ao PS e ao governo agora demissionário de António Costa, que “está numa situação muito difícil”.

“Não vejo Pedro Nuno Santos a conviver bem com a viabilização de um governo não socialista como José Luís Carneiro, como não vejo José Luís Carneiro a sorrir quando o PS correr com Pedro Nuno Santos para os braços do PCP e BE”, partidos que o ex-ministro lembrou serem contra a NATO, a União Europeia e defendem a Rússia na guerra contra a Ucrânia e “defendem incondicionalmente os palestinianos mesmo quando estes condenam o Hamas”.

Sobre a possibilidade já aventada por Pedro Nuno Santos de reeditar a gerigonça, Morais Sarmento frisou, arrancando um forte aplauso da plateia: “Uma coisa é fazer por necessidade, outra bem diferente é a gerigonça por opção”.

O ex-ministro acusou o PS de ter deixado a “credibilidade” e a “decência” num “estado terminal” e disse que António Costa tem andado a fazer “um teatro em três atos”, dramatizando ao dizer que se demitiu por quase do último parágrafo do comunicado da PGR, com um processo-crime “que sabe que não há”, com o facto de ser arguido, “que sabe que não está em cima da mesa”, e a meter socialistas a pedirem que o inquérito esteja concluído antes das eleições para que possa surgir antes de 10 de março como o “António Costa inocente” e “apagar” os impactos do processo que corre contra o seu ex-chefe de gabinete, entre outros.