A construtora portuguesa Mota-Engil sublinhou esta semana a sua aposta no mercado brasileiro ao oficializar a compra dos restantes 50% da Empresa Construtora Brasil (ECB), especializada em infraestruturas e o sexto maior grupo deste segmento no Brasil.
“Neste novo ciclo procuraremos continuar a afirmar a ECB entre as melhores empresas brasileiras de engenharia, elevando-a ao patamar do potencial do mercado em que muito acreditamos para o futuro, com planos de investimento público ambiciosos e transformadores, os quais acreditamos que serão determinantes para o desenvolvimento da economia brasileira”, diz ao Jornal Económico Carlos Mota Santos, CEO e chairman do Grupo Mota-Engil.
A construtora portuguesa já era detentora de uma participação maioritária da ECB desde novembro de 2012 e em abril deste ano, o jornal “Globo” tinha anunciado as negociações para a compra a 100% da ECB.
“A transação agora concretizada resulta num reforço de investimento no Brasil após a entrada da Mota-Engil no capital da ECB no final de 2012, e que culminou num inequívoco crescimento da empresa durante este período, com expansão no território brasileiro bem como na integração de inovação e diversificação das suas atividades, sobretudo para o segmento Oil & Gas, para o qual pretendemos continuar a aprofundar a sua atividade de futuro”, sublinha. Os valores envolvidos no negócio não foram revelados.
Desde a entrada da Mota-Engil no capital da construtora brasileira, em 2012, a faturação disparou. Os dados disponíveis mostram que a ECB tinha uma receita anual estimada, em 2014, em (cerca de 12 milhões de euros so câmbio atual), sendo que no ano passado esse valor cresceu para 1,38 mil milhões de reais (cerca de 215 milhões de euros). Aumentou 18 vezes.
Encomendas de 900 milhões
A Mota-Engil apostou no Brasil esta semana, com o anúncio de dois contratos com a Petrobras. O mais recente foi anunciado esta quinta-feira, 29 de maio, num um valor de 240 milhões de euros, sendo celebrado entre a Petrobas e a participada da Mota-Engil no Brasil, a ECB.
O objetivo passa pela execução de serviços de engenharia, de preparação, de recuperação e de remoção final, nomeadamente, a recolha offshore, o transporte, o desmantelamento e a recolha de resíduos de cerca de 420 quilómetros de linhas flexíveis, bem como de componentes/equipamentos submarinos, nos campos de petróleo offshore de Marlim, Marlim Sul e Marlim Leste, os quais se encontram situados em profundidades compreendidas entre os 700 e os 2.000 metros.
O vínculo tem a duração de 60 meses, cinco anos.
O primeiro contrato foi anunciado na segunda-feira, 26 de maio, no valor de 250 milhões de euros e tem uma duração estimada de 48 meses. O objetivo é a execução de serviços de manutenção, construção e montagem em plataformas de petróleo offshore.
Está também previsto a instalação de tubulação, a fabricação e instalação de estruturas metálicas, bem como a caldeiraria, que inclui a abertura e encerramento de vasos, filtros, tanques, torres e trocadores de calor. Assim, a empresa aumenta a sua carteira de encomendas no Brasil para 900 milhões.
O maior grupo português do setor da construção valorizou-se 167% desde o início do ano, com os títulos a fecharem a sessão bolsista de ontem a valer 4,58 euros. A capitalização bolsista atingiu 1,38 mil milhões.
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