Os motoristas de matérias perigosas e os patrões voltaram a não chegar a acordo, depois de uma reunião de várias horas no Ministério das Infraestruturas e da Habitação. O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) trocaram acusações, mas Pedro Nuno Santos explicou que o conflito se mantém porque uma das partes quis definir resultados antes da negociação.
“Desde abril que o Governo está a trabalhar na mediação e tentámos sempre que o conflito entre privados se resolvesse pelo diálogo (…) . Domingo ficámos com a esperança de que se poderia iniciar este processo de mediação, garantir que estava tudo em aberto e que não havia pré-condições onde se pudesse trabalhar. Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Uma das partes não quis”, disse o ministro das Infraestruturas e da Habitação, em declarações esta terça-feira à noite aos jornalistas.
O governante explicou que “os resultados não podem ser impostos antes da mediação” e admitiu que “não aconteça uma nova greve”. “Obviamente que não esperávamos este desfecho”, confessou, aos meios de comunicação social. Pedro Nuno Santos lembrou ainda que houve dois sindicatos [Fectrans e SIMM] que conseguiram chegar a um acordo com a Antram e que “escolheram a via do diálogo”.
Após o encontro entre as partes, que se prolongou por mais de 4 horas, a Antram acusou o SNMMP de recusar a mediação do governo e de “impor à cabeça” o resultado desse processo, mas o sindicato contrariou a associação patronal, poucos minutos depois, e garantiu: “Estamos dispostos a partir para um processo de mediação”.
O porta-voz dos motoristas de matérias perigosas, Pedro Pardal Henriques, apontou o dedo à Antram, defendendo que a associação das empresas de transporte “não quis evitar uma possível greve por 50 euros”. “Dissemos que não abdicaríamos do pagamento das horas extraordinárias, porque é fruto do trabalho das pessoas”, garantiu, adiantando ainda que o sindicato anunciará novas formas de luta amanhã.
Já o porta-voz da associação patronal, André Matias de Almeida, denunciou que o sindicato pretendeu “impor” aumentos salariais no subsídio e na remuneração do trabalho suplementar e o pagamento de horas suplementares. “Não é assim que os processos se passam”, assinalou.
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