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Mourinho Félix: “BEI está a desempenhar um papel anticíclico nos países mais afetados pela crise”

“A Península Ibérica foi uma das regiões mais afetadas da UE”, com a crise da pandemia, avançou o vice-presidente do BEI que salientou o papel da instituição europeia na implementação do Fundo Europeu de Garantia.
  • Ricardo Mourinho Félix
15 Março 2021, 20h18

“O BEI é o banco da UE. Estamos totalmente empenhados em trabalhar com a Comissão para atingir os objetivos políticos da UE. Não apenas por estatuto, mas por genética. Isso está no nosso ADN. Não é uma obrigação. É a razão de nossa existência”, disse o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix que encerrou o Webinar “Investimento, Digitalização e Financiamento Verde: O Caso Português”, organizado pelo Banco de Portugal e pelo Banco Europeu de Investimento (BEI).

Na conferência online, Pedro de Lima, Head of Internal Modelling do BEI, apresentou os resultados da mais recente edição do relatório anual sobre o investimento e do inquérito anual sobre o investimento na Europa e em Portugal, que forneceu informações sobre a dinâmica do investimento e as necessidades de investimento em Portugal.

“O Relatório de Investimento é o nosso principal documento de análise económica e que avalia anualmente o estado do investimento na UE e fora dela, fornecendo orientações para a nossa política”, disse o vice-presidente do BEI.

“Aprendemos com milhares de empresas que relatam as suas políticas de investimento, as expectativas, as barreiras, as dificuldades e os desafios. O que é ainda mais importante nos tempos desafiadores em que vivemos. Estamos num território desconhecido há mais de um ano”, realçou.

O vice-presidente do BEI anunciou que o banco tem a ambição de estender o relatório e o inquérito anual sobre o investimento aos municípios, já no próximo ano. “Em breve começaremos a trabalhar nisso e estou certo de que podemos contar com o vosso apoio Elisa [Ferreira] e com os serviços da Comissão”, revelou Ricardo Mourinho Félix.

“Precisamos de pensar fora da caixa se quisermos enfrentar os desafios. É isso que os cidadãos da UE esperam de nós. Dos formuladores de políticas, dos supervisores, dos gestores de empresas e dos banqueiros de investimento”, apelou o responsável pela instituição de concessão de crédito de longo prazo da União Europeia, detida pelos Estados-Membros da UE.

Ricardo Mourinho Félix disse que “a atividade do Grupo BEI em Portugal em 2020 atingiu o nível mais elevado após a crise da dívida soberana”.

“O BEI está a desempenhar um papel anticíclico claro nos países mais afetados pela crise, é o seu papel, e continuará a fazê-lo em 2021. Isto não tem precedentes. A Península Ibérica foi uma das regiões mais afetadas da UE”, com a crise da pandemia, avançou o responsável pelo BEI que salientou o papel da instituição europeia na implementação do Fundo Europeu de Garantia.

“Foram longos dias e noites em abril de 2020 que valeram a pena. Foi nessa altura que todas as instituições da UE se ergueram e adicionaram 540 mil milhões de euros aos 750 mil milhões apresentados pelo BCE”, disse ainda.

Sendo um dos anfitriões da conferência virtual e sendo Paulo Macedo um dos participantes, Ricardo Mourinho Félix, no seu discurso de encerramento, elogiou o papel da Caixa Geral de Depósitos na recuperação da economia. A CGD é um parceiro-chave do BEI em Portugal.

“Paulo Macedo é CEO da CGD desde 2017 e foi o responsável pelo sucesso do turnaround da Caixa Geral de Depósitos, o maior banco português. Trabalhamos em conjunto para alargar o financiamento às empresas portuguesas para apoiar a liquidez na crise, mas também para fomentar o investimento na digitalização, inovação e transição verde. Fizemos isso antes da crise. Fizemos isso nos primeiros dias da crise. E faremos isso após a crise para promover uma recuperação robusta”, disse o vice-presidente do BEI.

“No BEI estamos cientes dos desafios que se colocam ao sector empresarial, em particular em Portugal” e “estamos a trabalhar em instrumentos de apoio financeiro e de solvência”, revelou Ricardo Mourinho Félix.

” As empresas viáveis ​​são essenciais para a recuperação das nossas economias e devemos estar lado a lado com elas para promover uma recuperação rápida, estável e sustentável”, reforçou.

Sobre as intervenções de Paula Guerra, Chefe do Departamento de Finanças da EDP (que também é um parceira-chave do BEI em Portugal) o vice-presidente do banco europeu disse que “o BEI está totalmente empenhado em trabalhar com todos os parceiros do setor da energia para aumentar a eficiência energética, para aumentar a incorporação de energia de fontes renováveis e para financiar inovações”.

“Com certeza, a EDP será um ator chave na ação climática na Península Ibérica”, disse ainda.

Paula Guerra defendeu o compromisso de contribuir para um futuro neutro em carbono para Portugal.

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