Existem 93 britânicos cujo património ascende a mil milhões de libras (1.17 mil milhões de euros). Um terço destes multimilionários recorrem a paraísos fiscais, segundo uma investigação publicada pelo jornal britânico ‘The Times’.
Esta evasão de impostos, que custa aos cofres do Estado britânico mil milhões de euros a cada ano, é realizada através de 12 mil empresas fraudulentas.
Foi através de uma emenda do Brexit que este dinheiro escondido surgiu. A emenda em questão obriga os paraísos de Jersey, Guernsey e da Ilha de Man (todos localizados na costa do Reino Unido) a serem transparentes sobre os negócios que lá estão sediados.
As suspeitas destes desvios surgiram a partir de grandes quantidades de dinheiro doadas aos principais partidos políticos. Desde 2009 que estes estão proibidos de receber financiamento de qualquer entidade que resida, fiscalmente, no exterior. Assim, desde esta data, cerca de 14 multimilionários decidiram parar de pagar impostos no Reino Unido.
Os conservadores, que estão no poder desde 2010, receberam doações, a partir dos paraísos fiscais, com um valor superior a 1,1 milhões de euros. Este montante foi dividido em três pagamentos nos meses que antecederam as eleições de 2017. O ‘The Times’ noticia que Lord Ashcroft, antigo vice-presidente dos Tories, que tem residência em Belize, contribuiu com 560 mil euros. Uma doação ilegal, visto que em 2009 as doações externas foram limitadas a 8.300 euros. O grande problema é que estes doadores aproveitam as suas empresas sediadas no Reino Unido, de onde obtêm grandes benefícios, para realizar as doações. Através deste método foram doados perto de seis milhões de euros para o Estado britânico, durante os últimos dez anos.
O jornal ‘The Times’ anunciou que irá publicar uma lista com o nome de quem faz parte desta evasão fiscal. No entanto, avança que nela constam: um barão, seis cavaleiros, uma dama e um visconde. Jim Ratcliffe, o homem mais rico do Reino Unido, junto com os seus conselheiros, criou um plano fiscal para evitar o pagamento de mais de 4,5 mil milhões de euros aos cofres britânicos, que implica alterar a sua residência para o Mónaco.
Margaret Hode, antiga diretora das contas públicas do Partido Trabalhista, afirma que “é verdadeiramente obsceno que alguns dos que são extremamente ricos acreditem que não há problema em pagar impostos no Reino Unido, algo que iria para o bem comum, mas é ainda mais obsceno que eles possam financiar e influenciar nossa política”. Segundo a publicação do jornal britânico, 10 dos multimilionários que fogem aos impostos encontram-se localizados no Mónaco e nos Emirados Árabes Unidos.
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