No mesmo dia em que é anunciada a renúncia de Mariana Mortágua ao lugar de deputada efetiva na comissão de inquérito à TAP, o Chega decide mudar a orgânica do partido nesta comissão. Apesar de Filipe Melo continuar a ser o representante oficial do partido, André Ventura entra como deputado suplente – isto significa que basta o deputado efetivo não comparecer para o líder do partido entrar em substituição.
A mudança, avançada pelo jornal Expresso, surge na véspera da audição ao ex-adjunto de João Galamba, Frederico Pinheiro, e dois dias antes de ser ouvido o ministro das Infraestruturas.
Esta terça-feira, o presidente da CPI António Lacerda Sales revelou o calendário final de audições, que culmina com o inquérito ao ministro das Finanças, Fernando Medina, a 16 de junho. Um dia antes, a 15 de junho, será ouvido Pedro Nuno Santos. Audições de peso aguardadas, que resultarão num relatório final, a ser discutido e votado quase um mês depois, a 13 de julho.
A decisão do Chega dá-se numa altura em que o partido, tal como a Iniciativa Liberal, tem exigido uma nova comissão de inquérito, desta feita à atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) nos episódios “rocambulescos” que se deram no Ministério das Infraestruturas — e que fizeram tremer a estabilidade governativa.
Não seria, por isso, de estranhar, que o líder do Chega fizesse questão de inquirir o ex-adjunto e o ministro no centro dessa polémica.