A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, prometeu este sábado avançar com planos para um novo referendo sobre a saída do Reino Unido, depois de dizer que não havia dúvidas de que as eleições para o Parlamento escocês manteria uma maioria pró-independência.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já disse que bloquearia uma votação de secessão no Parlamento britânico, mas Sturgeon disse que isso seria absurdo. “As únicas pessoas que podem decidir o futuro da Escócia são os escoceses, e nenhum político de Westminster pode ou deve impedir isso”, disse Sturgeon à BBC.
Os resultados mostraram que o Partido Nacional Escocês (SNP) de Sturgeon está bem encaminhado para um quarto mandato consecutivo, tendo conseguido 62 dos 86 lugares dos 129 que compõem o Parlamento. O sistema eleitoral confere 56 cadeiras numa base de representação proporcional que ajuda os partidos menores e torna improvável uma maioria.
Os verdes escoceses, que também apoiam a independência, deverão conquistar mais de seis lugares, oo que levou a primeira-ministra a dizer que “parece que não há dúvida de que haverá uma maioria pró-independência no parlamento escocês”.
O cenário de confronto entre o governo escocês de Edimburgo e a administração de Johnson em Londres pode levar ao fim da união de 314 anos da Escócia com a Inglaterra e o País de Gales.
Os nacionalistas argumentam que têm a autoridade democrática do seu lado, mas o governo britânico diz que a lei está com eles, pelo que é provável que a decisão final de um referendo seja decidida pelos tribunais – mas dificilmente o veredito será a favor da Escócia.
Os escoceses votaram para permanecer no Reino Unido por 55% a 45% em 2014 – mas num pressuposto que entretanto desapareceu: a continuidade na União Europeia As sondagens sugerem que o resultado de um segundo referendo seria muito dividido em roda dos 50%.
“Acho que um referendo no contexto atual é irresponsável e imprudente”, disse entretanto Boris Johnson ao jornal Daily Telegraph, referindo-se à atual fase de pandemia.
À saída do Reino Unido da União, junta-se a perceção de que o governo de Sturgeon lidou bem com a crise pandémica, mas também alguma antipatia pelo governo conservador de Johnson. Sturgeon disse que só realizará um referendo após o fim da pandemia do coronavírus, descartou a realização de um plebiscito ilegal.
“Se Boris Johnson ou quem quer que seja o primeiro-ministro na época, tiver algum respeito pela democracia escocesa, reunirá com o governo escocês como aconteceu em 2014 e concordará em permitir um referendo”, disse Sturgeon, acrescentando que caberia ao governo do Reino Unido fazer uma contestação legal.
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