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“Não há nenhuma ponte que seja segura”, afirma especialista em engenharia de estruturas

Fernando Branco, professor catedrático do Departamento de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico e presidente da International Association for Bridge and Structural Engineering, explica ao “Expresso” que “todos os materiais se degradam devido à ação do ambiente”.
18 Agosto 2018, 15h22

O presidente da International Association for Bridge and Structural Engineering, a mais antiga associação científica mundial de engenharia de estruturas, afirma que “todas as pontes são feitas para cair se não se fizer manutenção”.

Em entrevista ao “Expresso”, Fernando Branco, professor catedrático do Departamento de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico (IST), explica que “todos os materiais se degradam devido à ação do ambiente”, pelo que é uma manutenção regular é importante mestas infraestruturas.

“No fundo, não há nenhuma ponte que seja segura”, disse o docente ao semanário. Em relação ao colapso do viaduto na cidade italiana de Génova, Fernando Branco tem poucas dúvidas: “Quase de certeza que foi um problema num dos tirantes”.

Questionado sobre como é que o betão se degrada, o o coordenador da Secção de Construção do Departamento de Engenharia Civil do IST refere que há dois motivos principais que explicam a detioração: a carbonatação e o efeito dos cloretos, como o sal marítimo. “Quando é fabricado, o betão tem um pH básico, mas em contacto com o dióxido de carbono ambiental e com a humidade vai-se transformando de básico em pH ácido e gera uma frente que vai avançando pelo betão dentro. E quando esta frente ácida chega aos ferros, estes começam a corroer”, explicou.

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