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“Não houve uma única palavra”. Professores e educadores chocados com esquecimento no debate entre Costa e Rio (com áudio)

Júlia Azevedo, presidente do SIPE, diz que após o debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro de Portugal, recebeu “centenas de chamadas e mensagens de professores chocados com a ausência de referências à educação, à situação precária da classe docente ou sequer à falta de professores”. Que alternativas temos…!? – interrogam-se.
  • Pedro Pina/RTP Handout via Lusa
14 Janeiro 2022, 13h54

O  Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) confessa a sua perplexidade “com a indiferença face aos professores e à educação” no debate realizado, ontem à noite, entre António Costa e Rui Rio. “Não houve uma única palavra relativa à educação ou aos professores”, acusa Júlia Azevedo, presidente desta estrutura sindical, em comunicado esta sexta-feira, 14 de janeiro.

Júlia Azevedo considera a situação “gravíssima”, salientando que António Costa e Rui Rio são os dois principais candidatos a primeiro-ministro e “não consideraram a educação perante milhões de portugueses que assistiram ao debate”, o mesmo tendo feito os moderadores que não colocaram o tema em cima da mesa.

Que alternativas temos, quando os líderes dos dois principais partidos políticos portugueses, num debate sobre o futuro do País, visto por milhões, não reservam um único minuto do seu tempo para falar da educação? – interroga-se Júlia Azevedo, que, após a realização do debate, considerado decisivo para as próximas eleições legislativas, confessa ter recebido “centenas as chamadas e mensagens de professores a manifestarem o seu desagrado, chocados com a ausência de referências à educação, à situação precária da classe docente ou sequer à falta de professores”.

O SIPE recorda que até ao final do ano está previsto que se venham a aposentar cerca de 2.800 professores, dos quais mais de 300 o que só janeiro e fevereiro. Lembra também que nas próximas semanas, centenas de alunos serão penalizados ao ficar sem aulas a diversas disciplinas, como Física e Química, História ou Técnicas da Informação e Comunicação (TIC), devido à anunciada falta de professores. “Nem as notícias recentes perecem ter motivado uma reflexão por parte dos candidatos”, crítica Júlia Azevedo, acrescentando que “a educação é um dos pilares estruturantes da sociedade que envolve milhões de cidadãos entre alunos, professores e técnicos educativos, e a ausência do debate de ideias sobre este tema põe em causa qualquer estratégia de futuro para o país”.

Além da falta de professores, o SIPE reivindica também a necessidade de solucionar problemas relacionados com a avaliação e progressão na carreira docente, a aposentação, os concursos, o problema das ultrapassagens na carreira entre docentes com o mesmo tempo de serviço e a reversão da componente letiva. Como tal, a presidente do SIPE lança o desafio aos candidatos às Legislativas 2022 de “apresentarem publicamente as suas propostas para a educação e as soluções que defendem para resolver os problemas enfrentados pela classe docente”.

 

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