[weglot_switcher]

“Não votar é meter a cabeça na areia e perder por falta de comparência”. Marcelo apela ao voto em eleições sobre Europa e Portugal

“Sendo sobre a Europa são também sobre Portugal, sobre nós próprios, a nossa democracia, as nossas condições de vida, a nossa circulação, as nossas comunidades na Europa” 
8 Junho 2024, 20h06

Num breve discurso de menos de cinco minutos, o Presidente da República apelou ao voto dos portugueses para as eleições europeias, eleições essas que lembrou são “sobre a Europa e são sobre Portugal”. No mesmo apelo, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que “não votar é meter a cabeça na areia e perder por falta de comparência”.

No início do apelo, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que o voto que se vai praticar este domingo, 9 de junho, “é muito diferente do de 2019”, uma vez que a Europa ainda não tinha vivido a “pandemia e a crise que provocou”, “nem a guerra na Europa”. Enumerando vários aspetos, o Presidente da República lembrou que esta é uma Europa que se tem vindo a transformar perante vários acontecimentos.

“Em 2019 não tínhamos vivido a pandemia nem a crise económica e social que provocou, nem a guerra na Europa envolvendo grandes potências do mundo nem mais outra crise que ainda não acabou como não acabou a guerra. Acreditava-se que tudo podia ser mais rápido no crescimento contínuo das economias e na muito maior justiça social corrigindo as desigualdades em que perdem as pessoas no seu dia-a-dia, perdem sempre os mais pobres dependentes e frágeis”, disse a partir do castelo de Leiria.

O Chefe de Estado assumiu que a situação atualmente vivida na Europa é grave. “Amanhã vamos poder votar na Europa que queremos para os próximos cinco anos”. Nas últimas eleições, Portugal registou uma taxa de abstenção na ordem dos 70%, a maior alguma vez verificada.

“Em 2024 vivemos e sabemos aquilo que não vivíamos nem sabíamos em 2019. Vivemos o que sabemos ser a situação mais grave na Europa nos últimos 30 anos”.

Neste mesmo discurso, Marcelo revelou já terem votado antecipadamente mais de 225 mil portugueses, aproveitando para lembrar que o voto para as eleições europeias pode ser realizado em mobilidade: “onde quer que nos encontremos e haja uma secção de voto”.

O Presidente da República disse que apesar dos portugueses ligaram menos às eleições europeias quando comparado com as legislativas ou autárquicas, a Europa também é importante porque impacta Portugal diretamente. “No entanto, sendo sobre a Europa são também sobre Portugal, sobre nós próprios, a nossa democracia, as nossas condições de vida, a nossa circulação, as nossas comunidades na Europa”.

“Agora o que está em causa é uma guerra, os seus efeitos e a urgência de garantir o mais rapidamente possível que seja ultrapassado o que vivemos. Agora já não podemos fazer de conta que não há guerra, que nos é indiferente que dure pouco ou muito ou o modo como acaba, que ela não nos toca a todos nos preços, nos salários, no emprego na incerteza sobre o nosso futuro”, disse como apelo ao voto nas eleições que acontecem amanhã em Portugal e vários países europeus.

Em referência à celebração dos 50 anos do 25 de Abril, Marcelo pediu para os portugueses não esquecerem a liberdade e que o “voto é uma arma.

“Vale a pena, desta vez ainda mais do que nunca, mostrar que o voto é uma arma, uma arma de liberdade, de democracia, de paz, a arma que não existia até 1974. Desperdiçá-la é desperdiçar uma oportunidade ainda mais única de construirmos o nosso futuro. Usá-la neste momento nos 50 anos do 25 de abril e sobretudo num momento crítico para a Europa para Portugal e para todos nós é mais importante, necessário e urgente do que nunca. Usá-la e ir amanhã votar é sermos também nós a decidir esse futuro”, terminou, poucos minutos depois de ter iniciado o seu discurso.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.