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NATO diz que investir 2% do PIB em defesa “é insuficiente”

O secretário-geral na NATO considera, tal como o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que os aliados da organização têm de aumentar a despesa em armamento. “Para impedir a guerra”, diz. Entretanto, Suíça e Sérvia tentam mediar um encontro entre Trump e Putin.
13 Janeiro 2025, 16h43

“Pelo menos dois terços já investem pelo menos 2% do PIB em defesa e isso é bom, agradeço o esforço, mas, para ser honesto, 2% é insuficiente. Para a nossa segurança, precisamos de gastar consideravelmente mais de 2%”, disse Mark Rutte, secretário-geral da NATO, no Parlamento Europeu (PE).

Perante a Comissão de Negócios Estrangeiros do PE, o secretário-geral da organização insistiu que é “preciso gastar mais, não para provocar a guerra, mas para impedi-la”. A tese, que tem muitos detratores, é a mesa da que recentemente foi exposta pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que na futura qualidade de presidente terá todo o suporte para alterar, manter ou suprimir uma parte substancial das regras da NATO.

Rutte, que vai viajar ainda esta segunda-feira para a Finlândia para discutir a proteção das infraestruturas críticas dos países que integram a NATO – ou seja, os cabos submarinos que podem ter sido alvo de sabotagem por parte da Rússia – acrescentou que uma “defesa mais forte é a prioridade” do seu mandato. Reforçar a base industrial de defesa dos aliados dos Estados Unidos é aparentemente outro dos desígnios. Rutte estará esta terça-feira com o primeiro-ministro da Suécia, que também viaja para a Finlândia.

Entretanto, Suíça e Sérvia – considerado um aliado da Rússia na Europa – propuseram sediar um encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin. As propostas de Berna e Belgrado surgem numa altura em que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, procura convencer o presidente russo, Vladimir Putin, a pôr termo à guerra na Ucrânia. Trump, que voltará a dirigir a Casa Branca a partir da próxima segunda-feira, disse na semana passada que a sua equipa está a trabalhar para agendar uma reunião com Putin.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suíça afirmou, citado pela agência Euronews, que já tinha manifestado a sua disponibilidade para acolher conversações de paz. Um obstáculo à potencial reunião poderá ser um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional contra Putin, por alegadamente ter supervisionado a deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia. Mas, apesar de a Suíça ser legalmente obrigada a prender Putin, Nicolas Bideau, o chefe de comunicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, disse que as autoridades suíças podem conceder exceções para as negociações de paz.

Por outro lado, o presidente sérvio Aleksandar Vučić disse que a Sérvia seria um local “extremamente adequado” para a tal reunião entre Trump e Putin por causa da popularidade de ambos no país balcânico. Em declarações à emissora pública sérvia RTS, Vučić, que apresenta o seu país como neutro na luta entre a Rússia e o Ocidente, afirmou que Trump tem mais apoiantes na Sérvia do que em qualquer outro país fora dos Estados Unidos. “Não há nenhum país que se possa comparar à Sérvia em termos do nível de apoio ao presidente Trump”, disse. “E, por outro lado, é um país onde o presidente Putin ainda é muito, muito popular”, acrescentou Vučić, que se recusou a aderir às sanções internacionais contra Moscovo na sequência da sua invasão da Ucrânia. O presidente sérvio acrescentou que o seu país também era o local ideal porque não faz parte de alianças militares como a NATO.

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