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NATO treina forças especiais afegãs na Turquia

O governo do Afeganistão está a passar por grandes dificuldades face ao movimento taliban desde que a NATO deixou o terreno – mas a organização continua a dar apoio. Entretanto, a Turquia fez saber que não enviará tropas para aquele país.
Orçamento da defesa: 36 mil milhões de dólares
30 Julho 2021, 18h05

A NATO lançou um programa de treino militar para soldados do Afeganistão na Turquia, naquele que é o primeiro programa militar fora do país para soldados afegãos após o fim da missão da aliança no país.

De acordo com informações de Ancara, membros das Forças Especiais Afegãs foram levados de avião para a Turquia esta semana para um curso de treino, no que se supõe que seja o início de treinos regulares de afegãos fora do seu país.

Um porta-voz da NATO em Bruxelas confirmou o início do programa de treino à imprensa turca, mas não quis detalhar pormenores por motivos de segurança, disse. “Além do financiamento contínuo e da presença diplomática, o apoio da NATO ao Afeganistão inclui treinos fora do país para as forças especiais afegãs.”, disse.

Os chefes de Estado e de governo dos 30 países da aliança tinham garantido às autoridades afegãs, numa reunião em junho passado, que continuariam a fornecer assistência mesmo após o fim da missão militar. “Afirmamos o nosso compromisso de continuar a apoiar o Afeganistão, o seu povo e as suas instituições na promoção da segurança e na defesa do que foi conquistado nos últimos 20 anos”, dizia a declaração final.

Durante o encontro internacional de junho, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que alguns aliados, incluindo a Turquia e os Estados Unidos, estão em diálogo permanente sobre a situação no Afeganistão – que foi, aliás, um dos principais temas debatidos na última cimeira da NATO em Brjxelas, no mês passado.

Mas o certo é que – apesar de decorrerem negociações para um cessar-fogo entre o governo afegão e os taliban na capital do Qatar – desde essa altura que as forças militares oficias têm estado sob forte tensão, com os insurgentes muçulmanos radicais a ganharem cada vez mais terreno. Os combates dão às portas de Cabul, a capital.

Com a violência em alta, muitos observadores temem que a saída das forças estrangeiras e as negociações de paz estagnadas estejam a empurrar o Afeganistão para uma guerra civil total que pode fazer regressar os taliban ao poder. O Pentágono já disse que a retirada dos Estados Unidos está quase completa. A Turquia, com mais de 500 soldados ainda no Afeganistão a treinarem forças de segurança, assegura agora o maior contingente militar estrangeiro no terreno.

Mas não será por muito tempo. Os soldados turcos asseguram os mínimos de segurança do Aeroporto Internacional de Cabul, o Hamid Karzai – tarefa considerada essencial para que o Afeganistão mantenha uma porta para o mundo – e a Turquia já disse que pode continuar, se algumas condições forem atendidas. Mas o governo de Recep Erdogan já disse que o exército turco não ficará no terreno para participar em quaisquer combates contra os taliban.

Por outro lado, a Turquia sublinha que a União Europeia deve estar preparada para uma vaga de imigração de refugiados oriundos do Afeganistão.

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