A bolsa portuguesa encerrou em baixa, contrariando a tendência geral que marcou a sessão europeia. A pesar no índice, que fechou a cair 0,54% para 5.367,9 pontos, estiveram as ações da Navigator (-2,37% para 4,202 euros) e as da REN (v% para 2,5 euros).
Mas também a Pharol (-1,69%); a Semapa (-1,45%); a Sonae (-1,45%) e a NOS (-1,15%) fecharam com descidas acima de 1%.
“No PSI20 os títulos mais defensivos como as utilities (EDP, EDP Renováveis e a REN) têm um elevado peso, enquanto os títulos mais cíclicos que tem impulsionado as bolsas europeias (automóveis e tecnológicos) são praticamente inexistentes”, explicam o analistas do BPI que adiantam ainda que “para este padrão da bolsa portuguesa também contribuiu a underperformance do BCP (-0,20% para 0,25 euros) face ao seu sector europeu”.
Pela positiva destacou-se a EDP Renováveis que subiu 0,58% para 8,670 euros; a Jerónimo Martins que avançou 0,64% para 14,085 euros; a Galp (+0,49% para 14,470 euros) e a Mota-Engil que subiu 0,35% para 2,298 euros.
A EDPR teve uma subida de recomendação por parte do banco Société Générale. A casa de investimento sobe o preço-alvo dos 8 euros para os 10 euros e recomenda comprar as ações da renovável.
De referir ainda que a EDP Renováveis anunciou que irá distribuir dividendos (0.07 euros por ação no dia 10 de maio).
A sessão europeia registou um forte volume e termina com saldo positivo. O analista Ramiro Loureiro da Mtrader, do BCP, salienta na sua nota “o saldo positivo para as bolsas europeias, naquela que foi a sexta sessão consecutiva de ganhos para o Euro Stoxx 50, levando o índice de big caps para máximos de agosto”. O EuroStoxx 50 ganhou 0,41% para 3.477,7 pontos. “O movimento sai reforçado se olharmos para o forte volume transacionado no índice (+70% face à média das últimas 20 sessões)”, diz o analista.
O BCP diz que “os bons dados provenientes da China deram o mote para a valorização das bolsas, depois da economia chinesa manter o ritmo de expansão no arranque de 2019. De resto esse foi o driver para o setor automóvel que tem o gigante asiático como importante mercado. Os investidores contaram ainda com os números da ASML, Danone e L’Oréal”.
A ASML teve um forte 1ºtrimestre, ao reportar receitas de 2,23 mil milhões no 1ºtrimestre, acima dos 2,11 mil milhões esperados. A margem bruta ascendeu a 41,6% (versus os 40,5% esperados) e o resultado líquido de 355,4 milhões compara com os 209 milhões esperados pelo consenso.
O FTSE 100 ganhou 0,02% para 7.471,32 pontos; o CAC 40 subiu 0,62% para 5.563 pontos; o Dax ganhou 0,43% para 12.153 pontos; o IBEX avançou 0,55% para 9.549,8 pontos; e o FTSE MIB subiu 0,37% para 22.001 pontos.
Em termos macroeconómicos, destaque para os dados das vendas de carros na Europa que acentuam uma queda em março. Segundo a associação automóvel europeia ACEA, as vendas de veículos automóveis de passageiros na União Europeia diminuíram 3,9% em março de 2019, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a março deste ano, as vendas dos países da União Europeia diminuíram 3,3% em termos homólogos. Em termos absolutos, o mês de março de 2018 registou o valor de 1.722.442 viaturas.
Em Portugal, em março de 2019, em termos homólogos, as vendas no mercado automóvel diminuíram 10,7% para 24.900 unidades. No acumulado de janeiro a março, as vendas em Portugal diminuíram 5,9%, em termos homólogos.
Também há dados da inflação na zona euro que recua em março. O Eurostat diz que em março de 2019, a taxa de inflação anual medida pelo IHPC – Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, situou-se em 0,8% em Portugal, 1,4% na zona euro e 1,6% na UE a 28.
Em Portugal, a inflação caiu 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior. Este valor representa uma variação mensal de 2,1% entre fevereiro e março de 2019.
Na Zona Euro, a taxa de inflação anual situou-se em 1,4%, diminuindo 0,1 p.p. face ao mês anterior. A taxa de inflação anual da UE a 28 situou-se em 1,6% em março de 2019, mantendo-se inalterada face ao valor de fevereiro. A variação mensal do índice situou-se em 1,0% e 0,8% na Zona Euro e na UE a 28, respetivamente.
A taxa de variação da média anual dos últimos 12 meses do IHPC foi de 1,1% para Portugal, de 1,8% para a Zona Euro e 1,9% para a UE28.
Também segundo Eurostat os dados do comercio internacional, entre janeiro e fevereiro de 2018, revelam que Portugal registou um défice da Balança de Bens de 3,5 mil milhões de euros, o que compara com um défice de 2,2 mil milhões de euros no período homólogo. As exportações de bens face ao período homólogo aumentaram 4% neste período, tendo-se verificado um crescimento das exportações intra-UE (6%) e uma diminuição nas exportações extra-UE (-1%). As importações de bens aumentaram 14% neste período.
O Estado-Membro em que se observou o maior excedente da Balança de Bens foi a Alemanha (33,3 mil milhões de euros), seguida da Irlanda (13,2 mil milhões de euros), Holanda (10,0 mil milhões de euros) e Itália (3,6 mil milhões de euros). O Reino Unido foi o Estado-Membro onde se registou o maior défice (35,6 mil milhões de euros), seguido de França (13,6 mil milhões de euros) e Espanha (6,7 mil milhões de euros).
Entre janeiro e fevereiro de 2018, a Balança de Bens da Zona Euro com o resto do mundo registou um excedente de 19,8 mil milhões de euros, o que compara com um excedente de 19,6 mil milhões de euros no período homólogo. Neste período, as exportações de bens para fora da Zona Euro aumentaram 3,4% (numa variação anual) face ao período homólogo e o comércio dentro da Zona Euro aumentou 3,5%.
No período em análise, a Balança de Bens da UE a 28 com o resto do mundo registou um défice de 28,4 mil milhões de euros, o que compara com um défice de 20,7 mil milhões de euros no período homólogo. As exportações de bens da UE a 28 para o resto do mundo aumentaram 4,1% (num ano) neste período e o comércio dentro da região aumentou 3,6%.
A dívida soberana na Alemanha sobe 1,4 pontos base para 0,08%. Já a dívida portuguesa agrava os juros em 1,3 pontos base para 1,212%. Também Espanha e Itália têm os juros em alta (+2 pontos base e + 1,9 pontos base para 1,106% e 2,613%, respetivamente).
O petróleo Brent, em Londres, sobe 0,25% para 71,9 dólares, e o crude WTI nos EUA avança 0,11% para 64,12 dólares.
O euro sobe 0,16% para 1,1299 dólares.
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