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Navigator lança empréstimo de 100 milhões ajustado aos compromissos de sustentabilidade (com áudio)

O BPI e o CaixaBank foram os assessores da Navigator na estruturação de uma operação de financiamento sustentável, sob a forma de Empréstimo Obrigacionista, tendo tomado firme a totalidade da emissão.
29 Julho 2021, 11h01

A The Navigator Company vai emitir, no próximo dia 5 de agosto, um empréstimo obrigacionista no valor de 100 milhões de euros com maturidade de cinco anos, “em articulação com o reembolso antecipado de financiamento no mesmo montante, com vencimento em 2023”, anunciou a empresa de pasta e papel liderada por António Redondo.

A Navigator diz que esta operação contribuirá para a extensão da vida média da dívida do Grupo, bem como para a redução do custo de financiamento da Empresa, além de ter condições ajustadas ao cumprimento de compromissos de sustentabilidade.

A operação está alinhada com as condições estabelecidas pelos “Princípios de Crédito Ligados à Sustentabilidade” (Sustainability Linked Loan Principles 2019), tendo obtido uma avaliação positiva da empresa de consultoria independente especializada KPMG.

O BPI e o CaixaBank foram os assessores da The Navigator Company na estruturação deste Empréstimo Obrigacionista ESG, tendo tomado firme a totalidade da emissão de 100 milhões de euros.

Uma parte da margem do financiamento encontra-se indexada ao desempenho da Navigator em dois indicadores ESG (Environmental, Social and Governance): redução de emissões CO2 e aumento da percentagem de madeira certificada adquirida no mercado nacional.

“A operação está indexada a dois indicadores ESG já presentes na Agenda de Sustentabilidade da Empresa e, por sua vez, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O primeiro indicador define metas de redução de emissões de CO2 e enquadra-se no Roteiro para a Neutralidade Carbónica da Companhia, no qual a Companhia assume o compromisso de ser neutra em carbono nos seus complexos industriais até ao ano 2035”, detalha a Navigator.

Também neste Roteiro, “a Navigator propõe-se atingir quatro objetivos: reduzir as emissões de CO2 fóssil através da substituição de tecnologias; reduzir o consumo específico de energia até 2025; atingir os 100% de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis e, por fim, realizar o offset das emissões não passíveis de eliminar”.

O segundo indicador, pelo qual se rege o empréstimo obrigacionista, define metas para o aumento da percentagem de madeira certificada adquirida no mercado nacional. “Para atingir este objetivo, a The Navigator Company tem investido num conjunto de programas, a título individual ou em parceria com outras organizações, que visam contribuir para ultrapassar barreiras sentidas pelo setor florestal no que diz respeito à certificação da madeira, promover a melhoria da gestão florestal dos espaços florestais de terceiros e, dessa forma, contribuir para a sua certificação e disponibilização no mercado de madeira através dessa garantia de origem”.

Segundo a empresa do grupo Queiroz Pereira estes dois indicadores fazem parte da gestão da Navigator para a “Década da Ação”, “que corresponde ao movimento a decorrer entre 2020 e 2030, com o intuito de levar todos os países-membros das Nações Unidas a cumprir as 169 metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No caso deste empréstimo, os dois indicadores selecionados suportam, de forma direta e expressiva, o ODS 13 – Ação Climática e o ODS 15 – Proteger a Vida Terrestre”.

A Navigator tem vindo a desenvolver um plano de ação “que se tem traduzido na implementação de diversos projetos e iniciativas, como é o caso da construção de uma nova caldeira de biomassa no complexo industrial da Figueira da Foz, num investimento de 55 milhões de euros” diz a empresa que lembra que se tornou  a primeira em Portugal – e, também, uma das primeiras a nível mundial – a assumir o compromisso de antecipar em 15 anos, face aos objetivos nacionais e europeus, a neutralidade carbónica dos seus complexos industriais, o que lhe permitirá ter, até 2035, todas as unidades fabris neutras em emissões de carbono e atingir, nessa data, uma redução de 86% das suas emissões de CO2″.

Este objetivo implica um investimento total de 154 milhões de euros, dos quais 55 milhões já foram efetuados, diz a companhia.

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