[weglot_switcher]

Negócio das barreiras anti-terrorismo dispara até 500% na Europa

O terrorismo está a fazer disparar os negócios das empresas que vendem barreiras de proteção contra ataques terroristas. Ao mesmo tempo que as cidades se blindam, estes negócios crescem entre 300 e 500% na Europa.
25 Agosto 2017, 18h25

Oito ataques terroristas na Europa, com características comuns, em pouco mais de um ano. Carros e camiões que avançam sobre a multidão, deixando uma história de terror, em algumas das principais cidades europeias. Foi assim em Nice, Berlim, Londres, Estocolmo, Londres de novo, duas vezes consecutivas, Paris e agora Barcelona.

Cientes dos riscos, as autoridades estão há meses, a tomar medidas de segurança nas cidades, especialmente os países mais massacrados pelos recentes ataques terroristas. Para travar carros e camiões – as novas armas de terror – as cidades estão a blindar-se de elementos de proteção anti-terrorismo. Colocam-se barreiras nos pontos mais sensíveis, nas zonas históricas, nas artérias centrais e movimentadas. Encomendam-se objetos pesados e de grandes dimensões, blocos de betão, barreiras de cimento, pinos de metal, e outros, que consigam impedir a entrada de viaturas mal-intencionadas.

O certo é que o terrorismo na Europa fez disparar o negócio das empresas que fornecem este tipo de barreiras de proteção contra atentados. O jornal espanhol El Confidencial falou com empresas neste setor, e os números impressionam.

As encomendas de pinos de cimento e metal, por exemplo, disparou 500% na Alemanha, no último semestre. Uma das empresas que está a beneficiar (pelos piores motivos) é a companhia de mobiliário urbano Anortec. Citado pelo El Confidencial, o diretor-geral da empresa, admitiu que a procura por este tipo de barreiras anti-ataques está em alta desde meados do ano passado, essencialmente no que respeita aos pinos inamovíveis de cimento e de metal.

A Alemanha é um dos principais clientes internacionais desta empresa, a seguir à França, onde a procura por este tipo de barreiras de contenção aumentou 300% nos últimos seis meses. Depois do atentado nas Ramblas, em Barcelona, e no passeio marítimo de Cambrils, a Anortec prevê que o negócio dispare também em Espanha, no curto prazo.

Esta é também a previsão da empresa concorrente Benito Urban. A companhia de mobiliário urbano, dona de uma quota de mercado de 30%, diz que a procura elementos anti-terrorismo tem aumentado, e antevê uma corrida maior, depois do atentado de Barcelona.

A aposta desta empresa Catalã está sobretudo nas barreiras de cimento, com 700 quilos de areia, em forma de floreira. Um elemento que consideram menos invasivo, e que protege, ao mesmo tempo que decora.

Quer a Anortec, quer a Benito Urban, fornecem para todos os municípios espanhóis. A primeira vendeu 7000 elementos de alta proteção nos últimos meses, a segunda, fala em centenas.

Até agora os pinos de cimento só eram utilizados para regular o trânsito nas cidades, e proibir o estacionamento, mas o mundo mudou. Agora, com ou sem flores, os pinos têm uma responsabilidade maior: salvar vidas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.