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Nicolás Maduro decreta emergência energética na indústria petrolífera

O presidente da Venezuela explicou que a comissão presidencial terá plenos poderes sobre toda a indústria petrolífera.
20 Fevereiro 2020, 08h02

O presidente da Venezuela decretou um estado de emergência energética na indústria de carbonetos e anunciou a criação de uma comissão presidencial para reestruturar a petrolífera estatal.

O anúncio tem lugar um dia depois de os Estados Unidos ter aplicado sanções contra a empresa Rosneft Trading SA, uma subsidiária da petrolífera estatal russa Rosneft, pelo apoio ao Governo venezuelano.

“Declaro a emergência energética na indústria de hidrocarbonetos a fim de adotar medidas urgentes e necessárias para garantir a segurança energética nacional e proteger a indústria da agressão imperialista”, anunciou Nicolás Maduro, esta quarta-feira.

O chefe de Estado venezuelano falava na sede da Petróleos da Venezuela SA, em Caracas, durante um encontro com trabalhadores do setor petrolífero.

Maduro explicou que a comissão presidencial terá plenos poderes sobre toda a indústria petrolífera.

A comissão vai ser presidida pelo vice-presidente venezuelano para a economia, Tareck El Aissami e terá uma vice-presidência executiva que será dirigida pelo engenheiro químico e antigo ministro do Petróleo venezuelano Asdrúbal Chávez, irmão do antigo Presidente Hugo Chávez (1999-2013), que dirigiu o país desde 1999 até à sua morte em 2013.

Os ministros da Defesa, da Justiça, do Transporte, da Ciência e da Tecnologia, e do Trabalho, o comandante estratégico operacional das Forças Armadas da Venezuela e o presidente de PDVSA, Manuel Quevedo, também integram a comissão.

O Presidente da Venezuela pediu à população que se mobilize na defesa da PDVSA e dos trabalhos da indústria petrolífera do país.

Na terça-feira, os Estados Unidos (EUA) anunciaram sanções contra uma subsidiária da petrolífera russa Rosneft, a Rosneft Trading, devido as operações desenvolvidas no mercado petrolífero da Venezuela e por fornecer “recursos financeiros” ao regime de Nicolás Maduro.

“Como principal corretora de negócios globais para a venda e transporte de petróleo bruto da Venezuela, a Rosneft Trading sustentou o (regime) ditatorial de Maduro, permitindo a sua repressão do povo venezuelano”, indicou o Departamento de Estado norte-americano numa nota informativa assinada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo.

A par da empresa, as sanções norte-americanas visam também especificamente o presidente da subsidiária, Didier Casimiro.

Esta decisão aumenta a já extensa lista de sanções norte-americanas contra o atual regime de Caracas, que inclui um embargo ao petróleo venezuelano desde abril de 2019 e um bloqueio financeiro que impede o governo de Nicolás Maduro de renegociar uma dívida na ordem dos 140 mil milhões de dólares (cerca de 129 mil milhões de euros).

“Maduro destruiu as instituições, a economia e as infraestruturas da Venezuela, enquanto ele e os seus amigos enriqueciam, através do abuso do poder estatal e da aceitação do apoio maligno da Rússia, assim como de Cuba, Irão e China”, reforçou Mike Pompeo, no comunicado divulgado pela diplomacia norte-americana.

Esta medida está integrada na campanha de pressão que os Estados Unidos têm desenvolvido com vista ao afastamento de Nicolás Maduro do poder.

Os Estados Unidos e várias dezenas de outros países consideram que a reeleição de Maduro em 2018 não foi legítima e reconheceram, em 2019, o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.

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