Entre as piadas pertinentes e as de mau gosto, aquela que eu ouvi sobre o desaparecimento instantâneo do vírus, que já não abre noticiários nem faz capas de jornal, fez-me reflectir sobre o poder da informação, na ausência e também manipulação da mesma, consoante a vontade das lideranças políticas. Existem estratégias para todos os gostos e feitios e atenção que o acesso ou censura não depende do sistema vigente, uma vez que em países onde o voto define o rumo dos acontecimentos, mesmo nesses, é possível condicionar a informação. Por cá atribui-se subsídios para esse efeito.
Como é óbvio, o homem mais odiado do momento não vai ganhar qualquer prémio Nobel e muito menos da medicina, mas Putin até foi nomeado para Nobel da Paz por duas ocasiões. Mundo estranho este em que vivemos onde aquilo que parece acaba sendo o seu oposto, desaparecendo qualquer discernimento entre o certo e o errado. Perante imensa resistência e coragem da população russa, o regime autocrata de leste não permite a difusão de mensagens ou conteúdo que contrarie a vontade de Putin, sendo impossível naquele país existir um único canal a condenar a invasão de um país soberano.
Os desafios que são colocados às democracias e ao próprio modelo da sociedade ocidental tal como conhecemos está, creio eu, em vias de extinção com prazo de validade inferior a duas décadas. A solidariedade, um pilar dos “países modelo”, está circunscrito aos membros da NATO e na Alemanha não querem passar frio no inverno apenas e só porque a Ucrânia foi invadida pelo seu fornecedor de gás dos últimos 50 anos. Isto está a ficar numa lógica de “cada um por si” e as lideranças cada vez mais governam consoante os calendários eleitorais.
O que dizer da onda verde ambientalista, muito pertinente, mas também muito irresponsável com a imprensa a dar palco a uma agenda que acelerou um processo que deveria ser gradual e não repentino, que acarretava (e está custando) valores acrescidos para as famílias sendo esta a prova da disseminação de informação e conteúdo direcionado para um objectivo específico junto das massas, que neste caso está a dar bronca e das grandes. Não será de certeza a Greta a dar a cara pela falta de planeamento no sector energético.
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