Dos 128.800 novos apartamentos com pedidos de licenciamento que entraram entre 2019 e 2023 nas autarquias de Portugal Continental, 41% (53.200 apartamentos) acabaram por não sair do papel, segundo os dados revelados pela Confidencial Imobiliário esta sexta-feira, 2 de fevereiro.
Durante este período, foram licenciados e entraram em obra 75.500 novos apartamentos (53% do total). Entre 2019 e 2023, terão sido concluídos 48.900 novos apartamentos no país, todos eles vendidos. Isto segundo as projeções de transações realizadas a partir da base de dados do SIR-Sistema Residencial da Confidencial Imobiliário, ou seja, nos últimos cinco anos, teria sido possível duplicar a nova oferta residencial.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, refere que “estes dados mostram que há um hiato muito relevante entre as intenções de investimento e a obra efetivamente lançada”, hiato esse que tem vindo a agravar-se a cada novo ano, de tal forma que “o rácio entre obras, que nos são dadas pelas licenças emitidas, e os projetos com pedido de licenciamento, dados pelos pré-certificados, reduziu-se de 74% em 2021 para 53% em 2023”.
O responsável considera que o congelamento de uma fatia tão importante da oferta planeada reflete, sobretudo, o ciclo de instabilidade dos últimos anos, marcado pela pandemia, a guerra, a inflação, o aumento dos juros e, a nível nacional, o pacote Mais Habitação, contexto que, na prática, significou tirar 53 mil novos apartamentos ao mercado.
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