Nova fábrica da Hovione no Seixal vai produzir medicamentos para os EUA, Europa e Japão

A multinacional portuguesa na área da química-farmacêutica anunciou hoje a instalação da nova unidade industrial no Parque Empresarial da Baía do Tejo, situado no concelho do Seixal.

A empresa Hovione tem sede em Loures, onde emprega cerca de 700 trabalhadores. A instalação da nova fábrica vai permitir consolidar a sua presença no mercado português, uma vez que a compra foi para 44 hectares, o que equivale a 88 lotes, na zona do Casal do Marco. A empresa presidida por Guy Villax tem um total de 1.700 trabalhadores em todo o mundo, estando presentes na Irlanda, EUA e Macau.

A nova unidade vai desenvolver produtos farmacêuticos para o mercado norte-americano, europeu e japonês. Os produtos da empresa são desenvolvidos no Lumiar e em Princeton, em Nova Jérsia.

Apesar de nunca ter revelado o valor da compra nem o início da construção da nova instalação, Guy Villax afirmou que “a compra de um terreno de 44 hectares é o reflexo e consequência do crescimento sustentado da Hovione, da aposta em Portugal como base de crescimento e do planeamento estratégico de longo prazo”.

O presidente da marca farmacêutica explicou que existem dois fatores para quererem crescer para a margem esquerda do Tejo: a mão-de-obra altamente qualificada, que provém da qualidade do ensino, e o local privilegiado ao nível da rede de transportes, que permite estar em Lisboa em 30 minutos. “É na qualificação que reside a verdadeira vantagem competitiva”, quando confrontado com a proximidade com as universidades e politécnicos na zona.

À semelhança da presença do presidente executivo da Hovione, também o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, o presidente da Baía do Tejo, Jacinto Pereira estiveram presentes. Manuel Heitor, ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, foi a presença mais esperada neste anúncio oficial.

O presidente da Câmara Municipal do Seixal caracterizou o seu concelho como “terreno fértil para a inovação”, enquanto a primeira frase do seu discurso garantia que “o Seixal é a terra do futuro”. A criação destas instalações permite iniciar um novo ciclo na indústria do concelho que tem um espaço dedicado à indústria, a Siderurgia Nacional. O representante do município revelou que estão dispostos da investir num estabelecimento de ensino superior no concelho, sendo que os mais próximos estão em Lisboa e na cidade de Setúbal.

Quando for construída, a unidade industrial vai permitir aumentar a oferta de emprego qualificado que se encontra na região, com um efeito duradouro, e tendo um forte impacto na comunidade. Guy Villax diz que a construção dependerá “das circunstâncias de mercado e da sua volatilidade”, e por isso não revelou o prazo em que a expansão será completada.

Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo, garantiu que “o futuro de Lisboa passará cada vez mais pela margem sul”, que é “uma terra de oportunidades”. Em representação da Lisbon South Bay, da qual pertencem Almada, Barreira e Seixal, disse que é um “projeto robusto que irá reforçar o ADN industrial deste território”.

Guy Villax afirmou que a Hovione é vista como uma “âncora capaz de captar novos investimentos e empresas”, o que permite criar mais emprego e melhorar a qualidade de vida da população residente. Villax declara que a missão da Hovione é clara, pretendendo “criar soluções e colaborar no desenvolvimento dos melhores medicamentos, promovendo a saúde e a vida”, e fica feliz por observar que a “Câmara Municipal do Seixal tem ideias coincidentes”.

O líder da marca de farmacêutica alertou que o Governo que tem de dar mais apoios públicos ao defender que “não existem empresas fortes em países fracos”, e que devem propiciar as “condições adequadas ao crescimento sustentado”.

A Baía do Tejo e a South Bay querem reorientar os focos de investimento para o concelho do Seixal de forma a conseguir novas empresas de renome.