O fluxo de estrangeiros que se verifica em Portugal está a ter efeitos positivos no mercado de trabalho, considera um estudo do Banco de Portugal (BdP) publicado esta quinta-feira, no Boletim Económico. Não só a população ativa do país está a aumentar sobretudo graças à imigração, como os novos residentes têm mais qualificações do que os portugueses.
Numa caixa sobre o contributo dos estrangeiros para a evolução da população ativa, o BdP começa por salientar que o país estava num quadro de redução e envelhecimento da população até 2016.
“A partir de 2017 esta tendência inverteu-se, refletindo sobretudo o contributo da população com nacionalidade portuguesa e, mais recentemente, o contributo dos indivíduos de nacionalidade estrangeira. Desde meados de 2018 a população ativa estrangeira tem permitido sustentar a evolução da população ativa em Portugal”, aponta o documento.
No primeiro semestre de 2019, os estrangeiros residentes em Portugal em idade ativa ascendiam a 198 mil, representando 3% da população deste escalão etário.
O BdP considera que fatores como os incentivos fiscais, a perceção de Portugal como um país seguro e o Brexit “estarão a contribuir para o aumento da imigração”. De acordo com o Inquérito ao Emprego, os indivíduos de nacionalidade brasileira são os que mais têm contribuído para o aumento da população residente estrangeira e, entre os europeus, destacam-se os indivíduos provenientes de Itália e do Reino Unido.
E, segundo assinala o estudo do BdP, a população estrangeira tem aumentado não apenas a população ativa, como melhorou a taxa de atividade do país – a grande maioria dos estrangeiros encontra-se a trabalhar.
A população estrangeira tem uma estrutura etária “muito mais jovem” que a da população nacional e revela um nível de escolaridade médio superior ao da população residente nacional. Entre o primeiro semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2019, o peso da população estrangeira entre os 25 e os 64 anos com ensino superior duplicou de 15% para 30%, enquanto nos nacionais essa percentagem passou de 17% para 26%.
“Em suma, a recuperação dos fluxos imigratórios de estrangeiros tem contribuído positivamente para a oferta de trabalho em Portugal no período mais recente. Pelas suas características – tipicamente mais jovem, com maior nível de escolaridade e maior taxa de atividade – a população estrangeira poderá também potenciar a dinâmica do mercado de trabalho nos anos vindouros””, conclui o BdP.
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