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Novo Banco com 6,6 mil milhões de euros de crédito em moratória

As moratórias concedidas abrangem cerca de 32% da carteira de crédito a empresas, 20% da carteira de crédito habitação e 15% da carteira de outros créditos a particulares, apoiando cerca de 39 mil clientes, diz o banco.
31 Maio 2021, 22h52

O Novo Banco tinha em março um total de 6,6 mil milhões de euros de crédito em moratória, o que significa menos 300 milhões face a dezembro e representa 27% do Valor Bruto Contabilístico do crédito.

Isto significa que 27% da carteira de crédito está ao abrigo das medidas de suspensão de capital e/ou juros por causa da pandemia. A carteira de crédito a clientes do Novo Banco soma 24,9 mil milhões de euros (-1,1% face a dezembro de 2020).

“O compromisso do NB no apoio a empresas e particulares resultou na atribuição de moratórias no valor de 6,6 mil milhões, representando cerca de 27% da carteira de créditos a clientes, juntamente com 1,1 mil milhões de linhas de crédito garantidas concedidas a empresas, dos quais cerca de 93% já desembolsados”, lê-se no comunicado.

As moratórias concedidas, no âmbito do quadro legislativo da EBA (Autoridade Bancária Europeia), abrangem cerca de 32% da carteira de crédito a empresas, 20% da carteira de crédito habitação e 15% da carteira de outros créditos a particulares, apoiando cerca de 39 mil clientes, diz o banco.

Ao todo, 4,3 mil milhões de euros de crédito a empresas (pesa 32% no total do segmento que é de 13,7 mil milhões) e 2,1 mil milhões de crédito a habitação estão em moratória. No crédito à habitação, que soma ao todo 10 mil milhões de euros, 21% está em regime de moratória.

Resumindo, 66% dos 6,6 mil milhões de euros de crédito em moratória é de crédito a empresas e 31% é de crédito à habitação. As moratórias pública acabam no fim de setembro.

O banco destaca que 15% do crédito a empresas sob regime de moratória está nos sectores mais vulneráveis. O que inclui Turismo, Alojamento, Hotelaria & Lazer; Eventos, Equipamentos de Desporto e Lazer; Instituições Desportivas e Recreativas; Transporte Aéreo, e Restaurantes. É de salientar que aqui está excluída a extensão dos períodos de carência de capital para linhas de crédito garantidas pelo Estado.

“Para minimizar os cliff effects (efeitos precipício), o Novo Banco segmentou os riscos e está a alavancar no relacionamento próximo com os clientes para antecipar o apoio e promover opções razoáveis e sustentáveis”, refere a instituição.

Em termos de reclassificação do crédito em virtude do impacto do Covid-19 esperado nos credores, e de acordo com a apresentação do Novo Banco, 48% do crédito a empresas em moratória está no stage 1 (sem problemas). Já no crédito total em moratória, 57% está no stage 1.

Há 33% do crédito em moratória no Novo Banco que está no stage 2 (em risco de incumprimento), sendo que a percentagem do crédito a empresas nesta classificação é de 40%.

No mais problemático dos estágios (stage 3) encontram-se 10% dos créditos em moratória do Novo Banco, sendo que 12% é a percentagem de crédito a empresas em moratória no NB que está nesta classificação de incumprimento.

Em termos de cobertura, os créditos em moratória classificados já no stage 2 têm como cobertura um rácio de 9%, sendo essa cobertura de 10% nos créditos a empresas.

Nos créditos em moratória que foram classificados em stage 3 (incumprimento), a cobertura por imparidades eleva-se para 37% no total do créditos e 43% nos créditos a empresas que cabem nesta categoria.

Em fevereiro, o total dos empréstimos do sistema bancário português em moratória atingia 45,6 mil milhões de euros, o equivalente a 23% do PIB. Ao nível das sociedades não financeiras (empresas), as moratórias representavam 33% do total dos empréstimos do segmento, ou 24,7 mil milhões.

Segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal, o crédito em moratórias desceu para 39,3 mil milhões de euros em abril, este valor corresponde a menos 3,6 mil milhões de euros do que o registado no mês de março.

Há 8% do total do crédito do Novo Banco que está no stage 3

No total da Carteira de Empréstimos do Novo Banco (balanço consolidado), há 16% que está classificado no stage 2 (em risco) sendo o rácio de cobertura de 7,9%. Já no stage 3 (em incumprimento) há 8% do crédito e 55,6% de rácio de cobertura.

O Novo Banco detalha que na carteira de crédito a empresas no stage 3, o grau de cobertura por imparidades é de 57% e por colateral de 51% (total 108%).

No crédito à habitação, o rácio de cobertura é de 26% por imparidades e 97% por colateral (soma 122%). No crédito ao consumo a cobertura é de 79% (imparidades) e 13% (por colaterais).

A 31 de março de 2021 a cobertura por imparidades do crédito não produtivo (incluindo disponibilidades e aplicações em instituições de crédito) foi de 77% no banco liderado por António Ramalh0, o que traduz um acréscimo de 2,9 p.p. face a dezembro de 2020. A imparidade para crédito totalizou 1,5 mil milhões, representando 6% do total da carteira de crédito.

O rácio de NPL fixou-se em 8% no primeiro trimestre.

Evolução do crédito

No Novo Banco, “o crédito a clientes (bruto) totalizou 24.952 milhões no primeiro trimestre do ano, apresentando uma variação de -1,1% face a dezembro de 2020, evolução influenciada pela continuada estratégia de redução de créditos não produtivos (NPL). No 1º trimestre o Grupo Novo Banco concretizou a venda de uma carteira de créditos não produtivos e ativos relacionados (Projeto Wilkinson) com um valor bruto de 210,4 milhões”, refere o comunicado.

O NB “apresenta uma importante presença no tecido empresarial português, apresentando quotas de mercado de 15,2% no crédito a Sociedades não Financeiras e de 13,3% nos depósitos deste segmento”, realça o banco.

No ano de 2021, o banco “continuou a manter o acompanhamento da sua base de clientes empresas, face aos impactos da pandemia na atividade, através de três eixos fundamentais: através do apoio financeiro às pequenas e médias empresas, no contexto Covid-19, tendo contratado no primeiro trimestre de 2021 um montante de 132 milhões de euros de Linhas de Crédito protocoladas com as Sociedades de Garantia Mútua, abrangendo mais de 400 clientes; no acompanhamento das moratórias que à data abrangem cerca de 3 .300 clientes dos segmentos empresa, num montante global de 4,3 mil milhões; mantendo o enfoque na transformação digital dos seus processos, apostando nas ferramentas de relação e assinatura à distância, de modo a continuar a responder às necessidades dos clientes de forma rápida.

No trimestre, nos segmentos de Médias e Grandes Empresas, o crédito de médio e longo prazo registou uma produção de 274 milhões, dos quais 48% relativos a Linhas de Crédito protocolado.

No Trade Finance, “o NB disponibiliza uma vasta oferta de produtos e aconselhamento especializado no apoio ao comércio internacional. O know how do Banco neste segmento é reconhecido pelas empresas, resultando numa quota de mercado de cerca de 19,7%”, explica o banco.

No trimestre, “o NB lançou novos desenvolvimentos no NBnetwork, nomeadamente ao nível da disponibilização de documentação de Factoring e Confirming através dessa plataforma. Existem atualmente cerca de 15 mil clientes ativos no NBnetwork do segmento empresas, equivalente a uma taxa de penetração de 79%”.

Diz a instituição financeira que “continua a ser um banco de referência para as empresas nacionais”, e que se “manteve fiel à sua matriz de proximidade com o tecido empresarial, procurando, como sempre, para além do apoio ao nível financeiro, ajudar as empresas a ajustarem as suas estratégias às novas realidades, ciente de que é mais importante do que nunca a partilha de experiências, o conhecimento mais aprofundado das cadeias de distribuição, a informação de consultoria especializada ou novas oportunidades, o acesso a mercados internacionais, entre outros”.

O banco “apresenta uma importante presença no tecido empresarial português, apresentando quotas de mercado de 15,2% no crédito a Sociedades não Financeiras e de 13,3% nos depósitos deste segmento”, refere o comunicado.

“No ano de 2021, o Novo Banco continua a manter o acompanhamento da sua base de clientes empresas, face aos impactos da pandemia na atividade, através de três eixos fundamentais”.  Isto é, “através do apoio financeiro às pequenas e médias empresas, no contexto Covid-19, tendo contratado  no primeiro trimestre de 2021 um montante de 132 milhões de Linhas de Crédito protocoladas com as Sociedades de Garantia Mútua, abrangendo mais de 400 clientes; no acompanhamento das moratórias que à data abrangem cerca de 3.300 clientes dos segmentos empresa, num montante global de 4,3 mil milhões; mantendo o enfoque na transformação digital dos seus processos, apostando nas ferramentas de relação e assinatura à distância, de modo a continuar a responder às necessidades dos clientes de forma rápida”.

No trimestre, nos segmentos de Médias e Grandes Empresas, o crédito de médio e longo prazo registou uma produção de 274 milhões de euros, dos quais 48% relativos a Linhas de Crédito protocolado, revela o Novo Banco.

Exposição a imóveis representa 1,9% do total dos ativos, com cobertura média de 54%

O Novo Banco tinha em março um valor em imóveis no balanço de 873 milhões de euros, o que compara com 1.133 milhões um ano antes. O valor dos imóveis (fruto de recebimento em dação de cumprimento pesa 1,9% do total dos ativos.

Este valor é depois de imparidades, que soma ligeiramente acima de mil milhões de euros (398 milhões de imparidades em imóveis comerciais; 587 milhões em terrenos; 42 milhões no segmento residencial e 21 milhões de imparidades em outros imóveis).

Nos imóveis comerciais a cobertura por imparidades é de 51%; nos terrenos é 62%; e nos imóveis residenciais a cobertura é de 27%.

O banco destaca a “redução da exposição a imóveis atingida por via de vendas e implementação de uma política rigorosa de avaliações que resultaram numa libertação de capital alocado à atividade recorrente e na simplificação do negócio”.

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