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Novo livro de José Sócrates ainda não conseguiu vender 500 exemplares

Lançado a 15 de abril, “Só Agora Começou” não se encontra entre os 100 livros mais vendidos em Portugal. Livro que analisa de forma muito crítica o envolvimento do seu autor na “Operação Marquês” tem prefácio de Dilma Rousseff e também foi editado no Brasil.
10 Maio 2021, 07h49

O livro “Só Agora Começou”, no qual o ex-primeiro-ministro analisa de forma crítica o seu envolvimento na “Operação Marquês”, ainda não conseguiu vender 500 exemplares desde a chegada às livrarias, a 15 de abril, encontrando-se muito distante de atuais best sellers como “Almoço de Domingo”, biografia romanceada do empresário Rui Nabeiro escrita por José Luís Peixoto, ou “Presos por um Fio”, de Nuno Gonçalo Poças, que relata os atos, condenação e amnistia dos elementos da organização terrorista FP-25 de Abril.

Ao que o Jornal Económico apurou junto de fontes do mercado editorial, “Só Agora Começou” não se encontra sequer entre os 100 livros mais vendidos no mercado português, que ainda está a recuperar da forte quebra de vendas desde o início da pandemia de Covid-19, mas já se libertou das restrições ao funcionamento das livrarias ditadas pelo estado de emergência.

Publicado pela Actual, chancela do grupo editorial Almedina, “Só Agora Começou” começou a ser escrito muito antes da sua publicação, sendo pensado como uma resposta ao juiz Carlos Alexandre, responsável pelo lançamento da “Operação Marquês” e pela detenção de José Sócrates. A obra, que conta com um prefácio da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, conta com alguns acrescentos e muitas críticas à atual liderança do PS, nomeadamente ao secretário-geral e primeiro-ministro António Costa, patentes na citação de uma frase célebre do já falecido político brasileiro Ulysses Guimarães: “A política ama a traição, mas despreza o traidor.”

Repleto de paralelismos entre a “Operação Marquês” e a “Operação Lava-Jato”, e entre o que o autor alega terem sido as motivações políticas dos juízes Carlos Alexandre e Sérgio Moro nesses processo, “Só Agora Começou” também foi publicado no Brasil, pela Contracorrente, editora que se apresenta como “uma proposta radicalmente alternativa” num ambiente “marcado pela massificação e pela profunda mercantilização do conhecimento”.

Ao longo das páginas do seu novo livro, o antigo primeiro-ministro de Portugal compara-se ao ex-presidente brasileiro Lula da Silva, que foi condenado em 2017 a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, tendo essas acusações sido anuladas já neste ano pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil.

Entre os outros livros que têm José Sócrates enquanto autor encontram-se os ensaios “A Confiança no Mundo”, sobre a prática de tortura e os danos que o seu recurso provoca às instituições democráticas, “O Dom Profano”, que aborda a importância do carisma nas lideranças políticas, e “O Mal que Deploramos”, sobre a utilização de drones em combate e na eliminação de líderes terroristas.

Na acusação da “Operação Marquês” foi defendido que o próprio autor comprou elevadas quantidades desses livros, nomeadamente mais de 6.700 exemplares de “A Confiança no Mundo”.

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