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Novo Nordisk afunda mais de 25% com corte de vendas e lucro operacional

No caso das vendas a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk baixou o crescimento para o intervalo entre os 8%-14% face ao anterior intervalo de 13%-21%, e a subida do lucro operacional desceu para o intervalo entre 10%-16% face ao anterior intervalo 16%-24%. O Bank of America baixou o rating de ‘compra’ para ‘neutro’.
Novo Nordisk
30 Julho 2025, 14h51

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk afundou mais de 25% em dois dias devido ao corte nas perspetivas de vendas e de lucro operacional para este ano.

No caso das vendas, a empresa baixou o crescimento para o intervalo entre os 8%-14% face ao anterior intervalo de 13%-21%, e a subida do lucro operacional desceu para o intervalo entre 10%-16% face ao anterior intervalo 16%-24%.

A empresa culpou as ‘cópias’ de medicamentos, baseados na oferta da Novo Nordisk, que tem como ‘core’ os medicamentos para tratar a diabetes e a obesidade, este ‘corte’ nas suas perspetivas de vendas, com a farmacêutica a admitir recorrer às instâncias judiciais para travar estas ‘cópias’. Refira-se que o regulador dos medicamentos dos Estados Unidos (FDA) já tinha banido estas ‘cópias’ mas parece, de acordo com a versão da Novo Nordisk, estas continuam a circular no mercado, impactando a performance da empresa.

“Os movimentos de [terça-feira] devem-se, em grande parte, às vendas mais fracas do que o esperado do Wegovy no mercado de obesidade dos Estados Unidos. A previsão de vendas atualizada cita especificamente as expectativas de crescimento reduzidas para o Wegovy nos Estados Unidos, bem como uma expansão do mercado mais lenta do que o esperado e uma concorrência mais forte, particularmente do medicamento rival da Eli Lilly, o Zepbound”, assinalou a análise de mercado feita pela corretora XTB.

Na terça-feira a Novo Nordisk acumulava uma perda de 22% a que se soma uma nova quebra esta quarta-feira de 3,6%. Tudo somado desde o início do ano a empresa já acumula uma desvalorização de 47,7% e no espaço de um ano já afundou 62,7%.

A derrocada no preço das ações a que se assistiu desde terça-feira acabou por abafar o anúncio do novo CEO da empresa, Maziar Mike Doustdar, uma solução que já fazia parte dos quadros da farmacêutica.

Maziar Mike Doustdar sucede a Lars Fruergaard Jørgensen, que foi afastado do cargo em maio.

A decisão da empresa em mudar o seu CEO,  foi justificada, em maio, pelos desafios do mercado e também pela queda no preço das ações.

“As mudanças que anunciamos agora são feitas à luz dos recentes desafios que a Novo Nordisk enfrenta no mercado, e o desenvolvimento do preço das ações desde meados de 2024. […] Considerando os desafios mais recentes no mercado, à descida do preço das ações, e ao desejo da Fundação Novo Nordisk, o board da empresa e Lars Fruergaard Jørgensen concluíram em conjunto que iniciar o processo de sucessão para um novo CEO é no melhor interesse da empresa e dos seus acionistas. Lars Fruergaard Jørgensen concordou em continuar como CEO de modo a que exista um período suave na transição para a nova liderança. […] Em conexão com esta mudança no cargo de CEO, o chairman da fundação Novo Nordisk, Lars Rebien Sørensen, vai juntar-se ao board da empresa”, referiu na altura a empresa.

Bank of America baixa rating

Perante este cenário de desvalorização assinalável o apontamento feito por analistas do Bank of America promete não afastar as más notícias que circulam à volta da empresa. Isto porque a instituição baixou esta quarta-feira o seu rating de ‘compra’ para ‘neutro’ depois da empresa ter cortado nas suas previsões de vendas e de lucros operacionais. Pelo meio o Bank of America alertou também que produtos da Novo Nordisk como o Ozempic (medicamento para a diabetes) e o Wegovy (tratamento da obesidade), devem sofrer uma grande pressão devido a um aumento na competitividade do setor.

E aqui surge uma das concorrentes da Novo Nordisk, a norte-americana Eli Lilly, que produz medicamentos como o Mounjaro (tratamento da diabetes) e o Zepbound (para a obesidade), como uma das possíveis beneficiadas com esta fraqueza da empresa dinamarquesa.

Contudo a Eli Lilly acabou por não reagir às notícias que envolveram a Novo Nordisk. Na terça-feira as ações afundaram 5,5% e esta quarta-feira já estão a subir 1,1%.

Retificação: numa versão inicial deste artigo dizia que o Rybelsus pertencia à Eli Lilly quando na verdade faz parte da oferta da Novo Nordisk.

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