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Novo projeto nas duas margens do Tejo prevê construção de 25 mil casas na grande Lisboa

Projetos de desenvolvimento de várias ‘novas’ cidades nas margens do rio Tejo deverão gerar 200 mil postos de trabalho.
28 Março 2025, 17h08

Há um novo projeto que visa a construção de 25 mil casas nas duas margens do rio Tejo na grande Lisboa, onde vive um quarto da população do país, a par da criação de 200 mil postos de trabalho.

O projeto Parque Cidades do Tejo visa “transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole em que o rio funciona como elo de ligação dos territórios em vez de os separar”, segundo o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

Conta com quatro eixos: Arco Ribeirinho Sul, Ocean Campus, Aeroporto Humberto Delgado e Cidade Aeroportuária, abrangendo os concelhos de  Almada, Barreiro, Seixal, Lisboa, Oeiras, Loures, Montijo e Benavente.

A área de intervenção urbanística estende-se por 4.500 hectares, 55 vezes o tamanho da Parque Expo em Lisboa.

O projeto foi hoje apresentado pelo Governo aos autarcas da grande Lisboa. A ideia é criar a Sociedade Parque Cidades do Tejo, uma empresa detida a 100% pelo Estado, com uma dotação inicial de 26,5 milhões de euros, com a gestão a ser repartida entre o Estado Central e os municípios.

“Ao todo, são 4.500 hectares de área de intervenção urbanística e infraestruturas, o equivalente a 55 vezes a Parque Expo, onde se prevê a construção de mais de 25 mil habitações. Nos quatro eixos – Arco Ribeirinho Sul, Ocean Campus, Aeroporto Humberto Delgado e Cidade Aeroportuária – requalificam-se e regeneram-se territórios, fomenta-se cidades em rede e promove-se a economia circular, a habitação, o emprego e o aumento dos transportes públicos através do reforço das infraestruturas. Dá-se uso, vida e futuro a terrenos públicos nas margens do Tejo que há muitos anos estão totalmente desaproveitados”, segundo a tutela de Miguel Pinto Luz.

“Pretende-se aumentar a quota modal de transporte público de 24% para 35%, e para isso, será importante o reforço do investimento de mais 3,8 mil milhões de euros – sendo que o apoio ao transporte público e à política tarifária se prevê de 328 milhões de euros/ano. Na AML vive mais de um quarto da população total do País – 28% da população nacional e 48% da população ativa. É também aqui que se prevê um aumento de 7% de habitantes até 2080”, pode-se ler.

“Além da reabilitação de terrenos, de criar soluções de mobilidade – tendo em conta,  nomeadamente a construção da nova cidade aeroportuária (Benavente e Montijo) – é necessário criar ofertas habitacionais que respondam às necessidades da população. A Parque Cidades do Tejo – interligada em quatro eixos – pretende assim equilibrar a densidade urbana e concretizar políticas públicas de habitação. Ao mesmo tempo, reduz o tempo gasto entre casa e o trabalho e cria emprego qualificado com o reforço de infraestruturas, aumenta rede de transportes e promove a transferência modal, beneficiando a qualidade de vida de quem habita ou trabalha nesta região”, de acordo com o ministério.

O que está em causa?

EIXO ARCO RIBEIRINHO SUL (Almada, Seixal e Barreiro)
. 519 hectares de área de intervenção
. 15 km frente de rio
. 8.000 novas habitações, de acordo com PDM vigentes
. Mais 20.000 novas habitações (exercício prospetivo)
. 800.000 m2de equipamentos
. 2.300.000 m2 destinados ao setor terciário/atividades económicas
. 94.000 empregos gerados

Almada (ex-Estaleiros da Lisnave)
. 58 hectares área de intervenção
. Habitação
. Comércio e serviços
. Equipamentos públicos de cultura, preservação da memória industrial naval e Ópera Tejo

Barreiro – Ex-Quimiparque
. 214 hectares de área de intervenção
. Habitação
. Comércio e serviços
. Turismo
. Cluster de atividades económicas – indústria naval
. Centro de Congressos Internacional
. Espaços Verdes

Seixal – Ex-Siderurgia Nacional
247 hectares de área de intervenção
. Setor terciário
. Parque Empresarial Ecológico
. Atividades de recreio e lazer

EIXO OCEAN CAMPUS (Oeiras e Lisboa)
. 90 hectares de área de intervenção
. 180.000 m2
terciário
. 181.000 m2 equipamentos
. 15.000 empregos gerados
. Parque urbano
. Espaço para grandes eventos
. Cluster de inovação, investigação e desenvolvimento

EIXO AEROPORTO HUMBERTO DELGADO (Lisboa e Loures)
. Mais de 400 hectares de área de intervenção
. 3.600 novas habitações (PDM vigente)
. Mais de 6.200 novas habitações (exercício prospetivo)
. 119.000 m2 equipamentos
. 559.000 m2 para o setor terciário/atividades económicas

EIXO BENAVENTE-MONTIJO – Cidade Aeroportuária
. Mais de 3.000 hectares de intervenção
. Fica a 30 minutos de Lisboa
. Ligação direta através da ferrovia de alta velocidade e das principais rodovias para Norte e Sul
. Nova cidade aeroportuária
. Ciência e indústria náutica

INFRAESTRUTURAS E MOBILIDADE: Expansão das redes de transportes públicos
Metro de Lisboa
. Mais 30 km de linhas
. Mais 35 estações
. 1.524 milhões de investimento em curso
. 31.000 toneladas/ano CO2 reduzido
. 46 milhões de novos pax/ano

LIOS – Linha Intermodal Sustentável
. LIOS Ocidental
. LIOS Oriental
. Mais 24 km de linhas
. Mais 37 estações
. Cerca de 490 milhões (referência indicativa do investimento)

SATUO
(Fase pré-concursal)
. Mais 9 km de linhas
. Mais 14 estações
. 112 milhões de investimento

Metro Sul do Tejo
. Lado Poente
. Lado Nascente
. Mais 50 Km de linhas
. 350 milhões de euros (investimento lado Poente)

Transtejo Soflusa
. Novas rotas e novos terminais
. 96 milhões para navios e sistemas de carregamento
. 14 milhões para renovação de terminais e estações

Linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid
(Fase 2 -Lisboa > Évora)
. 2.800 milhões de investimento

Duas novas travessias do Tejo
. 3.000 milhões de investimento na TTT Chelas Barreiro
. 1.500 milhões de investimento no Túnel Algés-Trafaria

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