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Novobanco estima um payout de distribuição de dividendos de 60% com fim do CCA

Mark Bourke diz-se mais “optimista” para um acordo de antecipação do CCA no curto prazo, porque evoluíram nas negociações.
31 Outubro 2024, 16h27

Mark Bourke diz-se mais “optimista” para um acordo de antecipação do CCA no curto prazo.

O CEO do Novobanco respondia aos analistas, numa conference call de apresentação dos resultados do terceiro trimestre, quando foi questionado sobre a antecipação do fim do Acordo de Capitalização Contingente (CCA).

Mark Bourke admitiu estar agora mais optimista, do que no segundo trimestre, para um acordo com o Fundo de Resolução (acionista com 13,5%) e com o Estado (que também é acionista com 11,5%) com vista à antecipação do fim do CCA que está em vigor até ao fim de 2025.

O mecanismo vigora até dezembro de 2025 (data de vencimento do CCA), data essa que pode ser prorrogada, sob certas condições, por mais um ano.

O Novobanco está sujeito a uma proibição de dividendos enquanto o mecanismo estiver em vigor. Os ativos CCA estão sujeitos a um contrato de prestação de serviços com o FdR.

“Estamos muito otimistas de que isto pode ser concluído no curto prazo, mas até haver acordo não há acordo, e por isso não posso dar mais cor do que isto, penso que estamos otimistas e esperamos que isso aconteça no muito curto prazo”, disse o CEO do Novobanco acrescentando que “estamos mais otimistas, pois estamos mais avançados em termos de negociações”.

“Antecipar o CCA seria distribuir aproximadamente 1,3 mil milhões de capital em dividendos num contexto de um rácio de capital normalizado que ainda nos daria um rácio de CET1 de 15% e, com o tempo, caindo para a faixa de 13% ou 14%”, referiu Mark Bourke.

O banco admitiu introdução de um rácio de distribuição de dividendos de 60% “que já aplicaríamos se o CCA fosse encerrado no segundo semestre de 2024”.

“Uma redução de capital que temos em mente em cerca de 1,1 mil milhões de euros e a introdução de um rácio de distribuição de dividendos de 60% nos resultados do segundo semestre que já aplicaríamos se o CCA fosse rescindido no segundo semestre de 2024 e aqueles 60% são aproximadamente 200 milhões de euros”, explica o CFO Benjamin Dickgiesser sobre o valor de 1,3 mil milhões revelado na conference call.

Isto significa o quê? Que o banco tem um rácio de CET T1 pró-forma de 20,7% (incluindo os resultados do terceiro trimestre). Isto é capital a mais, pelo que a normalização do CET1 só se faz com distribuição aos acionistas, mas para isso é preciso haver um acordo com o Fundo de Resolução (com aval d0 Ministério das Finanças) para antecipar o fim do CCA (Acordo de Capitalização Contingente).

Se essa antecipação ocorrer no segundo semestre o Novobanco vai pedir ao BCE uma distribuição extraordinária de 1,1 mil milhões de euros, a que acresce um payout  de 60% dos resultados do segundo semestre (200 milhões), o que soma 1,2 mil milhões de distribuição aos acionistas em 2025, relativa ao exercício de 2024.

 

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