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Nuno Simões de Melo contra Iniciativa Liberal “melancia azul, liberal por fora mas bloquista por dentro”

Primeiro candidato da Lista B ao Conselho Nacional agitou liberais com críticas à “ditadura das minorias”, contrapondo a necessidade de o partido se dirigir aos problemas das maiorias e dos 9,9 milhões de portugueses “que não seguem a Iniciativa no Twitter”.
22 Janeiro 2023, 12h06

Nuno Simões de Melo, que encabeça a Lista B ao Conselho Nacional da Iniciativa Liberal, defendeu a necessidade de o partido se recentrar ideologicamente, em vez de ceder à “ditadura das minorias”. Tido como representante da ala mais conservadora do partido, comparou algumas posições como estando próximas do Bloco de Esquerda.

Afirmando que não quer ver a Iniciativa Liberal como “uma melancia azul, liberal por fora mas bloquista por dentro”, Nuno Simões de Melo criticou quem dentro do partido “tira selfies” com elementos de partidos de esquerda. “O mais provável é que eles não se estejam a tornar liberais, mas que nós estejamos a tornar-nos bloquistas”, defendeu, numa intervenção que encerrou o período de apresentação das cinco listas ao Conselho Nacional.

Tais referências receberam alguns aplausos, mas sobretudo vaias da maior parte dos elementos presentes no Centro de Congressos de Lisboa, e que dentro de horas irão votar para os diversos órgãos do partido, definindo se será Carla Castro, José Cardoso ou Rui Rocha a suceder a João Cotrim Figueiredo.

“A Iniciativa Liberal só será verdadeiramente grande quanto conseguir ser verdadeiramente a grande casa de todos os liberais”, disse Simões de Melo, defendendo que “unanimismo, cassetes e nepotismo não rimam com liberalismo” e sim com “o socialismo e o colectivismo que são o verdadeiro inimigo”.

Sobre as acusações de conservadorismo – no período de perguntas houve quem comparasse a Lista B à extrema-direita -, Simões de Melo disse que “chamar-nos conservadores é enfiar Friedman e Hayek na gaveta”. E retomou críticas à actual liderança do partido, que tem “ignorado olimpicamente o mundo rural, a sua economia e as suas gentes e tradições”, entre outros segmentos que considera terem sido deixados de parte.

O líder da Lista B ao Conselho Nacional, cujos elementos se identificam como liberais clássicos, defendeu que a Iniciativa Liberal, para conseguir o terceiro partido português, se deve dirigir à “maioria silenciosa” de que apontou exemplos como o de alguém “que vive em Almada e tem que tomar três transportes coletivos para chegar ao trabalho em Lisboa”.

“Temos que falar para as maiorias e deixar as minorias ativistas a falar sozinhas”, referiu, acrescentando que “Portugal não começa no Saldanha e acaba nas Amoreiras”. E que a Iniciativa Liberal necessita de falar “para os 9,9 milhões de portugueses que não nos seguem no Twitter”.

Apresentam-se cinco listas ao Conselho Nacional. Além da Lista B, que se apresentou antes de João Cotrim Figueiredo anunciar a saída da liderança do partido, a Lista L (integrada na candidatura de Rui Rocha e encabeçada por Mariana Leitão, atual presidente do órgão), a Lista D (encabeçada por Rui Malheiro), a Lista S (liderada por Cristiano Santos) e a Lista T, cujo primeiro candidato é Miguel Ferreira da Silva, primeiro presidente da Iniciativa Liberal.

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