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Nuno Vasconcellos diz que a dívida ao Novo Banco é da Ongoing, não é dele

Nuno Vasconcellos “nega categoricamente ter praticado qualquer ilegalidade na gestão das empresas — como representantes dos bancos BCP e Novo Banco, usando a imprensa com falsas denúncias, querem fazer crer”. O empresário que levou o Diário Económico à falência vive há 10 anos no Brasil.
4 Março 2020, 17h23

A Ongoing reagiu à notícia publicada na edição de 28 de fevereiro do Correio da Manhã que dá conta da contratação de investigadores para seguir os passos dos movimentos e património do empresário Nuno Vasconcellos.

Fonte oficial das empresas no Brasil, explica que Nuno Vasconcellos e Ongoing “são entidades distintas. As dívidas junto ao Novo Banco não foram contraídas pela pessoa física do empresário mas pela empresa Ongoing, da qual Vasconcellos foi presidente”.

A porta-voz do empresário que era dono do Diário Económico quando este entrou em insolvência em 2016, garante que “todos os movimentos e endereços de Vasconcellos são do conhecimento das autoridades de Portugal e do Brasil, onde ele reside há mais de 10 anos — antes, portanto, da falência da Ongoing”.

A assessora de Nuno Vasconcellos diz ainda que o empresário “não se vale de manobras para fugir às suas responsabilidades sobre os fatos, muito pelo contrário, residente oficial e cidadão brasileiro, jamais deixou de prestar às autoridades e aos credores da Ongoing em Portugal as informações necessárias e as garantias possíveis para a resolução das pendências”.

Fonte oficial de Nuno Vasconcello diz ainda que o valor da dívida mencionada pelo CM, de 1,3 milhão de euros, não é correcto e que “todas as dívidas junto ao BCP foram adquiridas por terceiros, operação por diversas vezes sugerida sem sucesso ao Novo Banco. Este, por sua vez, ficou de posse com garantias reais sobre todos os créditos relacionados à Ongoing”.

Nuno Vasconcellos não detalha a que garantias reais se refere.

“Nem Nuno Vasconcellos nem a Ongoing contraíram qualquer dívida com os bancos públicos nem tampouco fez negócios com Estado ou com o governo de Portugal”, garante o empresário português que se naturalizou brasileiro.

Nuno Vasconcellos garante que “está, como sempre esteve, à disposição do Novo Banco e da Justiça Portuguesa para colaborar com qualquer esclarecimento que possa haver sobre os seus activos pessoais ou sobre os activos das empresas que geria, e que o seu património ” o mesmo há mais de 20 anos e seu valor nunca foi omitido do fisco nem de qualquer instituição financeira”.

“A farta comprovação por testemunhas, documentos e provas que o empresário sempre esteve a disposição para a negociação com os credores em Portugal, em especial o Novo Banco, esses documentos incluem a comprovação de uma garantia pessoal de 10 milhões”, diz o comunicado.

Vasconcellos revela que “um mês antes da falência da instituição que precedeu, o Novo Banco amortizou 120 milhões de euros de sua dívida, quando a parcela a ser amortizada na ocasião era de 30 milhões de euros. Isso revela sua boa vontade em, dentro de suas possibilidades, ajudar às instituições financeiras”.

“Os débitos com o Fisco Português são objeto de parcelamento e todas as obrigações a esse respeito estão absolutamente em dia”, assegura Vasconcellos.

Nuno Vasconcellos “nega categoricamente ter praticado qualquer ilegalidade na gestão das empresas — como representantes dos bancos BCP e Novo Banco, usando a imprensa com falsas denúncias, querem fazer crer”.

O empresário diz que “não aceita a condição de bode expiatório da má gestão que essas instituições fizeram de seus recursos. Hoje, no Brasil, se tornou reconhecido na gestão de fundos especializados na recuperação de empresas”.

Recorde-se que em Agosto de 2016 a Ongoing Strategy Investments, cabeça do grupo liderado por Nuno Vasconcellos, foi declarada insolvente. A empresa tinha uma dívida superior a 1,3 milhões de euros, já com juros. O Novo Banco e o BCP encabeçam a lista dos principais credores, reclamando quase 800 milhões.

Quanto a Nuno Vasconcellos, a sua insolvência pessoal foi declarada a 26 de Janeiro de 2017.

 

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