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Rio garante que “quer acabar com os pobres”. Catarina Martins acusa PSD de facilitar “despedimentos baratos”

Numa rara concordância com o BE, Rio admitiu que o salário mínimo nacional deve ser aumentado mas “de uma tal maneira que os salários todos cresçam”. 
5 Janeiro 2022, 22h33

Rui Rio e Catarina Martins estiveram esta quarta-feira frente a frente no primeiro debate que opôs os dois partidos. Sobre a economia portuguesa e, concretamente, a subida do salário mínimo nacional, os dois líderes têm posições contrárias e acusam-se mutuamente de serem responsáveis, juntamente com o Partido Socialista, da vinda da Troika e da imigração de jovens portugueses.

“Posso negociar com o [Bloco de Esquerda] BE, mas um entendimento é muito difícil”, frisa o social democrata. “Quando nos olhamos para o programa do BE, que mais não é do que passar a texto aquilo que são as posições normais do BE, há uma incompatibilidade completa”, afirmou Rui Rio.

O líder dos sociais democratas acrescentou que o BE quer “mais despesa pública, quer ainda mais impostos do que aqueles que nos temos”.

Por sua vez, Catarina Martins argumentou que “ao contrario do que defende a direita, é com mais salário que o país pode crescer. Não queremos um país de baixos salários. É impossível viver-se com 705 euros. Não acreditamos que o país deva ser uma gigantesca Odemira de baixos salários, porque é assim que a economia cresce”.

“O PS e PSD privatizaram os sectores estratégicos portugueses e, com isso, criaram problemas às famílias e às empresas. Pergunto-me se hoje foi uma boa ideia privatizar a EDP e a REN, foram entregues a empresas do partido comunista chinês. Eu sei quem é que ganhou”, apontou a líder bloquista.

Numa rara concordância com o BE, Rio admitiu que o salário mínimo nacional deve ser aumentado mas “de uma tal maneira que os salários todos cresçam”.

Ainda assim, Rio sublinhou que “se acelera o crescimento do salário mínimo nacional, as empresas não podem aumentar os outros salários e vai-se nivelando por baixo. O BE quer acabar com os ricos, eu quero acabar com os pobres. Somos dos países com pior produtividade na Europa, nós obviamente não conseguimos melhorar os salários em Portugal”.

Em jeito de resposta, Catarina Martins apontou que o PSD “quando fez com que despedir fosse fácil e barato, empresas como a Altice substituem trabalhadores por outsourcing”

“Estas foram as medidas que baixaram os salários. Os salários médios em Portugal estão congelados há muito tempo. Quando eu oiço o PSD a falar de salários, tenho a certeza que não tem nenhuma proposta para os salários em Portugal”, conclui a líder do Bloco de Esquerda.

Este foi o segundo debate de Rui Rio e Catarina Martins, após terem estado frente-a-frente com os líderes do Chega e do Livre, respetivamente. Seguem-se os debates a 6 de janeiro (quinta-feira) do Bloco de Esquerda com a Iniciativa Liberal às 22h00 na SIC Notícias e, a 7 de janeiro (sexta-feira) entre o PSD e o CDS-PP às 21h00 na TVI. Ambos os candidatos também vão marcar presença no debate conjunto, com os restantes candidatos, que está marcado para 17 de janeiro, na RTP.

Esta tarde realizou-se o debate entre Francisco dos Santos (CDS-PP) e João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), às 18h00 na RTP3, e às 22h00 acontecerá o frente-a-frente entre André Ventura (Chega) e Rui Tavares (Livre), na CNN Portugal.

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