No momento mediático e político que vivemos, importa clarificar e rebater os populismos que observamos com dados estatísticos reais, onde a sua leitura responde a mitos criados.

Os dados da economia portuguesa são claros e mostram a resiliência da nossa economia, bem como a sua mudança estrutural, registando-se o crescimento económico da nossa economia em cadeia em 1,6%, um valor que surpreendeu muitos.

Nunca é demais referir a importância da mudança estrutural da economia portuguesa, nomeadamente nas qualificações. E é esse ponto que é destacado nas previsões do Banco de Portugal, onde previsões de 1,8% passam a ser, afinal, de 2,7%, o que representa uma grande subida nas perspetivas de crescimento económico para 2023. Esse é o resultado do trabalho e esforço das empresas, com a economia portuguesa a mostrar a sua resiliência face às adversidades.

É igualmente importante referir que, no 1.º trimestre de 2023, de acordo com a estimativa rápida do Comércio Internacional de bens, as exportações aumentaram 13,3%. Um valor acima do crescimento das importações, com consequências naturalmente positivas na balança comercial.

Naturalmente, o quadro inflacionista que, essencialmente, tem como base a pandemia e o posterior conflito na Ucrânia, levou o BCE a utilizar o seu único mecanismo de controlo, ou seja, a taxa de juro. Medida que já ultrapassa o aceitável, com uma insensibilidade social, nomeadamente dos mais desfavorecidos da sociedade, cometendo os apoios sociais e o aumento do rendimento do trabalho.

Não faz sentido uma visão em que os mais afetados acabem por ser as famílias, as mesmas que não apresentam forma de pagar. E a insensibilidade das declarações da Presidente do BCE são mesmo essas: esquecer que, além de números, temos pessoas bem reais. São declarações como essas que destroem toda a expetativa económica futura. Falarei disto com maior detalhe no próximo artigo, onde vou evidenciar que é preciso combater a ortodoxia financeira.