[weglot_switcher]

O crowdfunding dava um livro

Chegada a Lisboa, decidiu apresentar a ideia de uma exposição de fotografia que realizou a partir de um financiamento de crowdfunding.
2 Janeiro 2016, 22h47

Em Agosto, Bruno Aleixo anunciava que precisava da ajuda da comunidade para conseguir lançar o seu livro de culinária e uma série de novos episódios na Aleixo FM. O personagem da série com o mesmo nome, um cão, cujo programa de televisão estreou na SIC Radical em novembro de 2008, anunciava que colocava o projeto na plataforma ppl.com.pt, uma das mais reconhecidas a nível nacional, para conseguir levar a cabo mais um projeto. “É uma das causas mais nobres dos últimos anos”, dizia o cão. Bruno Aleixo é apenas mais um nome português na plataforma que, online, submete projetos e permite concretizá-los a partir de donativos de pessoas conhecidas e até de desconhecidos, desde que se interessem ou queiram investir nele.

O crowdfunding é uma maneira alternativa de os empreendedores poderem concretizar os seus projetos sem dependerem de capitais próprios ou de financiamento de investidores. No caso, a comunidade apresenta-se como financiadora desses projetos de forma colaborativa.

Apresentado o projeto, durante um período estabelecido de tempo é possível doar percentagens do total necessário: no caso do livro de Bruno Aleixo, era possível pagar entre 12 e 16 euros. A 30 de setembro, Bruno Aleixo anunciou o resultado: do processo de angariação de fundos para o livro de receitas, foram angariados através da plataforma online 150% do valor necessário: 7475 euros.

Em Portugal existem duas plataformas portuguesas que oferecem a possibilidade de arrancar com o financiamento do seu projeto: o PPL e o Massivemov. Em termos internacionais, a rede é bastante mais completa: Kickstarter, gofundme, indiegogo, teespring e patreon são alguns dos mais conhecidos a nível mundial.

Foi também ao crowdfunding que Maria Pereira dos Santos, 30 anos, recorreu, para fazer a sua primeira exposição de fotografia. Recém-chegada de Moçambique depois de seis meses a fazer voluntariado naquele país africano, a ex-publicitária decidiu dar a conhecer parte do que tinha aprendido através das fotografias que tinha tirado. Chegada a Lisboa, decidiu apresentar a ideia de uma exposição de fotografia que realizou a partir de um financiamento de crowdfunding. Anos depois, o mesmo material fotográfico – ao qual se juntaram as histórias das pessoas – serviria para outra campanha: era a melhor maneira de pagar o projeto de fotografia que deu origem ao livro “The Bright side of the Earth”. Por isso, durante mais de um mês, o livro esteve a angariar o investimento de 7900 euros para a impressão de 1000 exemplares.

Maria trata de explicar o objetivo. “Podem dizer-se muitas coisas sobre África. Mas normalmente só se fala do que é mau – das doenças, da pobreza, da fome. Só que África é muito mais do que isso. É paisagens de tirar a respiração, música, verde, vermelho, amarelo. Sobretudo, África é de quem lá vive. É a Catiza, que gosta de brincar com alguidares a fingir que é crescida e faz tudo para atrair a atenção da máquina – até tropeçar de propósito. É a Samira, que já ninguém sabe quantos anos tem. É a Noémia, mulher do costureiro que trabalha só quando lhe apetece e nunca tira medidas”, explica.

[button color=”white” size=”normal” alignment=”center” rel=”follow” openin=”samewindow” url=”www.startupmag.pt/subscrever”]Para continuar a ler consulte a edição de Dezembro[/button]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.