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O divórcio mais caro do mundo chegou ao teatro dos sonhos

Com as minutas do FED a serem divulgadas amanhã, bem como diversos dados económicos importantes nos próximos dias, não é de esperar grandes movimentos hoje, até porque no tema da guerra comercial a situação parece não vir a ter grandes desenvolvimentos no curto prazo.
21 Maio 2019, 07h45

Quando o terceiro maior comprador mundial de semicondutores, que é igualmente o segundo maior fabricante de smartphones e a maior empresa de produtos de telecomunicações do mundo, vai para o canto da sala de castigo, sem poder “brincar” com os restantes colegas da sala, não era de esperar que o sentimento ficasse ligeiro, bem pelo contrário, a notícia de que os EUA colocaram a Huawei na lista negra das entidades com as quais as empresas norte-americanas estão proibidas de efectuar negócios, sem autorização do governo dos EUA, já deixava antever a pedra no charco que caiu ontem, quando se soube que a Google iria suspender o fornecimento de serviços à gigante chinesa, causando ondas de choque um pouco pelo mundo e por vários sectores, contudo sem grande dúvida que o dos semicondutores foi de novo o mais afectado pela pressão vendedora.

O ETF do sector, o Philadelphia Semiconductor (SOXX) voltou a encerrar no vermelho carregado com uma perda de quase -4%, bem superior a qualquer outro, registo para o qual contribuiu também a notícia do divórcio entre fornecedores e comprador, nomeadamente que a Intel, Qualcomm, Xilinx, Micron Technology e Broadcom suspenderam as relações comerciais com a Huawei. Nos índices, a tecnologia foi claramente o elo mais fraco com a desvalorização de -1,49% do Nasdaq, para a qual muito contribuiu o recuo de -3.13% nos títulos da Apple após o HSBC ter cortado o preço alvo para os títulos da fabricante dos iPhones, indicando que as tarifas alfandegárias em vigor irão aumentar o preços dos aparelhos, colocando em causa a viabilidade do sucesso dos mesmos face à concorrência.

Nos sectores também não houve grandes surpresas, tecnológicas, imobiliárias e materiais dominaram no vermelho, enquanto que utilities, financeiras e energéticas escaparam às perdas, ainda que por uma margem muito escassa. Com as minutas do FED a serem divulgadas amanhã, bem como diversos dados económicos importantes nos próximos dias, não é de esperar grandes movimentos hoje, até porque no tema da guerra comercial a situação parece não vir a ter grandes desenvolvimentos no curto prazo, uma vez que não está sequer marcada uma nova ronda negociações entre EUA e a China, ao mesmo tempo que o South China Morning Post referiu a opinião de analistas chineses, sobre a falta de pressa que a segunda maior economia tem de regressar à mesa das negociações, sem que Trump dê sinais de alguma cedência.

No mercado cambial nada de muito relevante, enquanto nas matérias primas destaque para a subida de 0,6% no preço do WTI crude, no dia em que alguns membros da OPEP deram indicações que a limitação da produção pelo cartel está para durar, sem que no entanto desejem que ocorra uma escassez de produto no mercado.

O gráfico de hoje é do Ouro, o time-frame é Semanal

O metal precioso está muito perto de quebrar em baixa o canal wedge (linhas azuis) em que se encontra, pelo que é de estar atento ao seu desenvolvimento nos próximos dias

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