O dólar prepara-se para fechar 2019 a valorizar aproximadamente 3% em relação ao euro. O Eur/Usd transaciona em torno de $1,11, mas no dia 1 de outubro atingiu os $1,0877, nível que não era visto desde meados de 2017. O dólar está numa tendência de alta de longo prazo desde 2008 e de médio prazo desde meados de 2018, embora com baixa volatilidade. E o mercado está a “prever” mais alguns meses calmos em 2020 – a volatilidade implícita nas opções cambiais continua em zona de mínimos históricos.

O ano que vem será marcado pelas eleições presidenciais nos EUA. As sondagens vão dando vantagem ao candidato dos Democratas, Joe Biden, mas a História recente mostra-nos que Donald Trump não tem de liderar os estudos de opinião para depois ganhar as eleições. Por outro lado, também não é certo que seja Joe Biden a vencer as primárias dos Democratas e uma candidata como Elisabeth Warren poderia causar algum dano ao dólar. As eleições de 2020 são um fator de risco que deverá ser suficiente para impedir uma subida da moeda.

A evolução da política monetária dos dois lados do Atlântico será outro fator importante. Não se espera que a Fed mexa nas taxas de juro, como é habitual em ano de eleições, mas poderá aumentar o seu balanço. Do lado do BCE, há curiosidade para se perceber se a “revisão estratégica de conceitos”, que Lagarde propõe, terá impactos diretos na política monetária.

Tendo em conta a diminuição do spread de taxas em desfavor do euro, a possibilidade de a Fed aumentar o seu balanço e, sobretudo, a realização de eleições nos EUA com desfecho incerto, o dólar tem menos condições para continuar a trajetória de subida em 2020.