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O eventual regresso de Trump não será uma boa nova para Netanyahu

A tragédia humana em Gaza continua a envergonhar todas as nações civilizadas que fecham os olhos perante os crimes cometidos contra milhares de civis indefesos.
FILE PHOTO: U.S. President Donald Trump and Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu shake hands after Trump’s address at the Israel Museum in Jerusalem May 23, 2017. REUTERS/Ronen Zvulun/File Photo
16 Agosto 2024, 15h30

É difícil estimar o número exato de vítimas mortais, quando a única fonte disponível é um ministério da Saúde controlado por um grupo terrorista. No entanto, provavelmente o número avançado por esta entidade do Hamas, de cerca de 40 mil mortos (na sua maioria mulheres e crianças), não andará muito longe da verdade.

Israel tem direito a existir e a defender-se, mas enquanto potência ocupante tem igualmente a obrigação de defender as vidas e os bens dos civis palestinianos. Não é aceitável lançar mísseis sobre edifícios residenciais, escolas, hospitais, mesquitas e igrejas, mesmo que o Hamas tenha de facto combatentes seus nesses locais. Não é aceitável encaminhar a população civil para determinadas zonas da Faixa de Gaza e, poucas horas depois, bombardear esses mesmos locais. Imagine, caro leitor, o desespero de um pai e uma mãe que tentam salvar os seus filhos nestas circunstâncias. Se Israel pretende fazer com que os seus vizinhos mais próximos o odeiem durante as próximas gerações, diria que está a ser tremendamente bem sucedido.

Tal como afirmou por estes dias o chanceler alemão, Netanyahu tem agora a oportunidade de quebrar o “ciclo da retaliação”, permitindo um cessar-fogo e impedindo o escalar do conflito com o Irão. Porém, o primeiro-ministro israelita já demonstrou que está mais interessado em incendiar o Médio Oriente (e o mundo) do que em concluir rapidamente a intervenção em Gaza e em libertar os 111 reféns que ainda estão nas mãos do grupo terrorista.

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