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O ‘oráculo’ também erra. Buffett faz mea culpa sobre compra que gerou perdas de 11 mil milhões

“Essa ‘feia’ perda de 11 mil milhões é quase inteiramente a quantificação de um erro que cometi em 2016. Nesse ano, a Berkshire comprou a Precision Castparts (PCC) e eu paguei demasiado pela empresa”, disse o CEO. “A PCC está longe de ser omeu primeiro erro desse tipo. Mas é um erro grande”.
Carlos Barria/Reuters
1 Março 2021, 07h10

Foi o número “feio” das contas da Berkshire Hathaway no ano passado: perdas 11 mil milhões de dólares (cerca de 9,07 mil milhões de euros)  no valor de algumas subsidíarias e negócios detidos pela empresa. Foi o próprio CEO da empresa, Warren Buffett, que usou o termo, na carta anual dirigida aos acionistas.

Conhecido como o ‘oráculo de Omaha’, referências à cidade do estado do Nebraska onde nasceu e ao histórico de uma carreira de investimentos bem sucedidos e que resultaram numa fortuna pessoal de 86,5 mil milhões de dólares, Buffet não poupou nas autocríticas sobre as perdas, dizendo que a quase totalidade do valor está relacionada com o investimento na Precision Castparts em 2016.

“Essa ‘feia’ perda de 11 mil milhões é quase inteiramente a quantificação de um erro que cometi em 2016. Nesse ano, a Berkshire comprou a Precision Castparts (PCC) e eu paguei demasiado pela empresa”, esccreveu o CEO.

“Ninguém me enganou de forma alguma, eu estava simplesmente demasiado otimista sobre o potencial de lucro da PCC. No ano passado, o meu erro de cálculo foi posto a nu por desenvolvimentos adversos em toda a indústria aeroespacial, a fonte mais importante de clientes da PCC”, vincou.

Buffett disse que a Berkshire comprou uma excelente empresa, a melhor do sector e que Mark Donegan, CEO da PCC, é um gestor motivado e que sempre dispende no negócio a mesma energia que fazia antes da aquisição por parte da Berkshire.

“Acredito que estava certo ao concluir que a PCC iria, com o tempo, obter bons retornos sobre os ativos tangíveis líquidos das suas operações”, acrescentou. “Estava errado, no entanto, ao avaliar o valor médio dos ganhos futuros e, consequentemente, errado no meu cálculo do preço adequado a pagar pelo negócio”.

“A PCC está longe de ser o meu primeiro erro desse tipo. Mas é um erro grande”, concluiu.

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