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“O populismo traz menos competitividade às empresas”, defende presidente da Confederação Europeia de Empregadores

Em entrevista ao Jornal Económico, Pierre Gattaz diz que “a Europa é uma necessidade”. Para o líder da BusinessEurope – Confederação Europeia de Empregadores a participação eleitoral nas eleições de 26 de maio são a resposta à ascensão do populismo na Europa.
  • Cristina Bernardo
2 Maio 2019, 07h49

O populismo reflete-se em maiores constrangimentos ao investimento e em menor competitividade das empresas. O argumento é do presidente da BusinessEurope – Confederação Europeia de Empregadores, Pierre Gattaz, que em entrevista ao Jornal Económico defende que a resposta para conter a ascensão dos partidos populistas na Europa é a participação dos eleitores pro-europeus nas eleições de 26 de maio.

“O populismo não é uma boa solução porque é uma solução rápida. E traz mais constrangimento, menos negócios e menos competitividade às empresas”, realça o líder da organização que agrega as confederações patronais de 35 países europeus, incluindo a CIP – Confederação Empresarial de Portugal.

O líder da BusinessEurope – Confederação Europeia de Empregadores defendeu que a melhor forma de conter os movimentos populistas é “apelar aos cidadãos para votar”.

“Os cidadãos que são pró-europeus devem ir votar porque as pessoas que são contra a Europa irão fazê-lo. A Europa é uma necessidade”, disse. “Queremos uma Europa unida, forte, líder em inovação. Temos todos os ativos para isso. Uma Europa mais eficiente porque por vezes existe alguma burocracia, que precisamos de ultrapassar. Uma Europa economicamente coesa e socialmente inclusiva”.

Pierre Gattaz frisou que a Europa necessita compreender que o poder norte-americano e chinês é grande e que a forma da Europa fazer face aos “dois gigantes” é manter a união. “É também por isso que os negócios são tão importantes. Precisamos de investir mais. A Europa criou tanta coisa no passado. Nos últimos 20 anos, talvez menos”, reconheceu.

“Não temos que ser tímidos perante os chineses e os norte-americanos”, disse, apesar de classificar o investimento chinês na Europa como de “parceria”. No entanto, adverte que é necessária reciprocidade.

“Precisamos de encontrar um equilíbrio. Equilíbrio significa clareza e transparência. Quando os norte-americanos e os chineses investem na Europa têm que seguir as regras do jogo europeias. Se seguem outras não é bom”, acrescentou. “Por exemplo, a Europa é muito aberta a todo o tipo de investimento e em alguns países isso não acontece. Estão mais fechados. Seria benéfico que alguns países, como a China, o Japão, se abrissem mais ao exterior”.

Entre as propostas da BusinessEurope – Confederação Europeia de Empregadores estão a necessidade da União Europeia aprofundar parcerias, com países como os EUA e o Canada, até 2030. As relações europeias com Africa também estão entre as principais propostas, defendendo que podem estabelecer uma “relação económica mutuamente benéfica”.

“O que temos visto nos últimos 10, 20 anos é que não existe uma visão para a Europa. É complicado avançar sem uma visão. Precisamos definir para onde queremos ir”, considerou. É para contrariar este cenário que a confederação desenvolveu a estratégia “A Europe with opportunities for all”, que Pierre Gattaz apresentou esta terça-feira, em Lisboa, em reuniões com representantes do PS, PSD e CDS.

 

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