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MBA: programa de gestão para os executivos que ambicionam subir na carreira

A aposta na internacionalização é uma característica atual dos currículos dos MBA portugueses. Outra é o crescimento do número de mulheres.
17 Março 2019, 14h00

Tem entre os 30 e 40 anos e, regra geral, já leva pelo menos uma década de experiência profissional na bagagem antes de se inscrever num programa que serve de catapulta para a progressão na carreira. Este é o perfil típico do aluno que frequenta os programas de Master in Business Administration (MBA) ministrado nas faculdades de economia e nas escolas de negócios portuguesas que o Jornal Económico contactou.

O MBA é, por definição, uma experiência transformadora e que se faz uma vez na vida. Para além do enriquecimento pessoal, este tipo de programa, consoante as suas características, permite um impulso na carreira dos que o fazem que podem ser empresários, quadros médios-superiores das empresas ou ocupam cargos de direção aquando da inscrição.

No MBA para Executivos da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, muitos dos candidatos estão numa fase de transição de carreira por terem assumido funções de liderança de equipas e projetos.

A igualdade de género nos quadros superiores das empresas do futuro começa a ser anunciada logo na fase de inscrição dos MBA em Portugal. Eles continuam a dominar, mas a verdade é que elas começam a inscrever-se cada vez mais. Por exemplo, nas últimas três edições do MBA Executive da Católica Porto Business School as formandas representaram 35% dos candidatos.

A ascensão profissional através de um MBA não é para quem quer, é para quem consegue entrar nos programas. Entre os 12 programas que o Jornal Económico analisou, o número de vagas é limitado, não excedendo os 50 alunos, no caso do The Lisbon MBA Executive, um dos dois programas da parceria entre a Católica-Lisbon Business School e a Nova School of Business & Economics. Já a oitava edição MBA de Sistemas de Informação e Empreendedorismo da Universidade Lusófona, que arranca em novembro de 2019, tem apenas 20 vagas.

Os preços são para todo o tipo de carteira. A novidade da Autónoma Academy, da Universidade Autónoma de Lisboa, o MBA em Gestão de Bar, custa 2.700 euros. No polo oposto, o The Lisbon MBA International Full-Time, da parceria entre a Católica e a Nova, ascende aos 38.000 euros e a quase totalidade dos alunos recorrem a bolsas, empréstimos ou poupanças, ao contrário do outro MBA Executive, no qual é comum os alunos terem apoio financeiro, total ou parcial, das empresas onde trabalham.

Internacionalização

O foco na internacionalidade é outra característica transversal aos MBA lecionados em Portugal. Os alunos que frequentam o MBA ISEG têm aulas em inglês desde 2017, ano em que quase 30% dos participantes eram estrangeiros. No ano seguinte, os estrangeiros já representavam cerca de 43%, sendo que a maior parte vem da América Latina, mas também há quem venha da China e de África.

Os programas da parceria entre a Católica-Lisbon e a Nova SBE é o mais internacional, não só porque os alunos passam um semestre no estrangeiro, ao abrigo de uma parceria com a Sloan School of Management do MIT, mas também porque entre os participantes há representantes da Índia, Estados Unidos ou Colômbia.

Para os maiores adeptos da inovação digital que é descoberta nas garagens da Silicon Valley, nos dois programas da Porto Business School (Escola de Negócios da Universidade do Porto), os candidatos têm a oportunidade de frequentar a Universidade de Berkeley, próxima da Bay Area da Califórnia, no âmbito do ‘Business innovation Immersion Week’.

Ainda na Invicta, o MBA Atlântico da Católica Porto Business School aposta especialmente na lusofonia, sendo ministrado em partes iguais em Portugal, em Angola e no Brasil durante os três trimestres do programa.

O MBA Executivo da universidade dá a oportunidade de os alunos frequentarem escolas de negócios estrangeiras durante duas semanas internacionais, na Alemanha ou na ESADE de Barcelona.

Em Lisboa, o Executive MBA AESE, da AESE Business School, inclui várias semanas internacionais nas quais os alunos poderão frequentar escolas de negócios da Índia, de Xangai, do México ou Nova Iorque.

Jorge Gomes, Diretor do MBA do ISEG

No primeiro ano em que colocámos o MBA em inglês (2017), tivemos 10 estrangeiros em 35 alunos. No segundo ano, aumentou para 15 em 35. A maior parte provem da América Latina, mas também contamos com formandos provenientes da China e de África.

O ISEG gostaria de atingir pelo menos 20% de estrangeiros todos os anos. Isto prende-se com o nosso futuro objetivo: de ter o MBA nos rankings do “Financial Times”, algo que deverá ocorrer nos próximos dois a três anos.

Rafael Franco, Diretor do Executive MBA AESE

A maior parte dos nossos participantes está a fazer um investimento pessoal na sua carreira. Nalguns casos, as empresas comparticipam em parte ou na totalidade. Há ainda casos em que as empresas decidem pagar o MBA após os candidatos iniciarem a formação e terem constatado o valor da formação e o impacto que o MBA da AESE teve na performance de cada gestor.

Marta Andaluz, Diretora de Admissões do The Lisbon MBA

Os nossos dois MBAs têm uma componente internacional sólida. O MBA em full-time, pelo seu formato, permite aos seus alunos uma maior exposição internacional, nomeadamente através da colaboração que as nossas duas escolas – a Católica e a Nova – têm com o MIT Sloan School of Management. Estes alunos têm aulas em Cambridge, MA, durante um mês. Os alunos do MBA Executivo, para além de terem uma semana internacional no MIT, têm a possibilidade de fazer um período de intercâmbio numa universidade parceira. Para já, temos protocolos activos com a Universidade de San Diego, nos EUA, com a Coppead no Rio de Janeiro, Brasil,e com a Macquarie Graduate School of Management, na Austrália.

Ramon O’Callaghan Dean da Porto Business School

No MBA Executivo cerca de 60% dos alunos suportam o investimento individualmente e 40% são financiados pelas empresas. A turma é essencialmente composta por alunos nacionais. No caso do  do MBA full-time (Magellan MBA) nas úiltimas três edições, as principais nacionalidades foram: Angola, Bangladesh, Bolívia, Brasil, China, França, Geórgia, Italia, Namíbia, Portugal, Roménia, Rússia, Bielo-Russia, Canada, Egito, Alemanha, ìndida, Irão, Japão, Líbano, México, Moçambique, EUA e Venezuela.

Ana Côrte-Real Associate Dean da Católica Porto Business School

A internacionalização é um dos eixos estratégicos da Católica Porto Business School, trabalhado em todos os seus programas. No caso dos MBAs, está presente de diferentes formas em cada programa. O MBA Atlântico é um projeto de referência, ligando três continentes – África, América Latina e Europa – e ancorado nos países de expressão portuguesa, com vista à construção de uma rede de gestores internacionais que escolhem o mundo da língua portuguesa como veículo de afirmação e concorrência à escala global.

Gonçalo Saraiva Matias, Diretor da Católica Global School of Law

Até ao presente ano letivo já passaram pelos nossos  programas de LL.M. juristas de mais de 45 nacionalidades diferentes. Os nossos programas competem, assim, pelos melhores alunos provenientes das mais prestigiadas escolas mundiais. Ao longo dos anos cerca de metade dos nossos alunos são estrangeiros e vêm sobretudo da Europa.

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