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O programa eleitoral oculto do PSOE que estabelece mais impostos para a classe média

Aumentos dos impostos sobre combustíveis, rendimentos de trabalho e de capital estão a ser planeados pelo PSOE, embora não constem do programa eleitoral divulgado. Por outro lado, os socialistas querem aumentar o salário mínimo para 1.200 euros em 2021 e seguir “o exemplo português” de atração de empresas e investimento.
25 Abril 2019, 20h12

O jornal “El Economista” revela que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) apresentou um programa eleitoral vago e generalista, sem medidas concretas, mas tem um programa oculto que prevê vários aumentos de impostos que “afetarão as classes médias espanholas”.

Segundo o mesmo jornal, baseando-se em fontes próximas de Pedro Sánchez (atual presidente do Governo e secretário-geral do PSOE) e da direção do PSOE, nesse programa oculto está inscrito um aumento da tributação sobre os combustíveis, medida impopular que não consta do programa eleitoral divulgado para não prejudicar o resultado do partido nas eleições gerais agendadas para o próximo domingo, dia 28 de abril.

Por outro lado, o PSOE quer aumentar o salário mínimo interprofissional para 1.200 euros até 2021 (em 2019 aumentou para 900 euros), ao mesmo tempo que planeia um aumento do IRPF (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares em Espanha) em dois pontos percentuais para os rendimentos superiores a 130 mil euros e em quatro pontos percentuais para os rendimentos superiores a 300 mil euros.

Se continuar no Governo, após as eleições gerais de domingo, o PSOE também pretende aumentar a taxação – de 23% para 27% – sobre os rendimentos de capital acima de 300 mil euros. Ao que acresce a intenção de criar as denominadas “taxas Tobin e Google”, isto é, novos impostos sobre as transações financeiras e as operações digitais.

No artigo do “El Economista” destaca-se ainda “o exemplo português” de atração de empresas e investimento, o qual estará a servir de inspiração a Sánchez e respetivos assessores. “Consideram que o Governo português, também socialista, logrou converter-se num foco de investimento, repensando a sua tributação com uma abordagem muito diferente da do próprio PSOE, e da social-democracia em geral, durante os anos de crise”, indica o texto.

Seguindo esse “exemplo português”, será feita “uma revisão da utilidade dos apoios fiscais e das deduções utilizadas para incentivar a inovação empresarial em Espanha e para desenvolver, neste campo, a colaboração público-privada”, acrescenta.

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