Mantendo o que em artigo anterior escrevi, mas agora aprofundando, restam poucas dúvidas de que em 2019 o PSD vai perder as eleições regionais, porque a ideia comum é que a renovação falhou e que é necessário mudar. E quando falamos em falhanço da renovação, fala-se, em concreto, de que Miguel Albuquerque não tem, aos olhos da população, condições para continuar a ser presidente do Governo Regional.
Neste momento, é evidente que não é a Quinta Vigia e muito menos o PSD quem lidera a agenda política da Madeira e Porto Santo. Não existe, de facto, aos olhos do público, liderança política e a solução tardiamente encontrada de um vice-presidente, Pedro Calado, com protagonismo e responsabilidades nos principais dossiês da governação, não vai conseguir inverter a situação, simplesmente porque as pessoas já não querem Miguel Albuquerque.
Foram três os dossiês que fizeram com que a renovação falhasse redondamente, obviamente que com um grande contributo dado pela oposição, em particular o PS-Madeira, devendo ser destacado o trabalho de constante desgaste, nestas matérias, efectuado por Carlos Pereira que, além das críticas, sempre a parte mais fácil da política, apresentou, quase sempre, soluções para os problemas em questão: mobilidade, pessimamente negociada e pior ainda comunicada pelo ex-secretário regional Eduardo Jesus, Ferry, idem, aspas, aspas, e as sucessivas barracas no Sistema Regional de Saúde, com três secretários regionais e sucessivas administrações, incapazes de gerir e resolver seja o que for, num caos permanente de diárias más notícias que mais parece que vivemos num país subsariano. Tão-pouco conseguiram resolver o dossiê do novo hospital. Nem sequer conseguem passar a mensagem de que a culpa é da República. Ou seja um desastre completo e a sentença está dada por mais que ainda falte, como anteriormente escrevi, muitos segundos, minutos, dias, semanas e meses.
Como é evidente para qualquer observar atento e minimamente inteligente, não vai bastar o discurso autonomista com uma melhor comunicação do que estão a conseguir fazer nem sequer a resolução dos três dossiês acima referidos e muito menos o regresso ao jardinismo das políticas de alcatrão e betão, por melhores relações que o vice-presidente tenha com os lobbies. Não vai bastar Miguel Albuquerque reaproximar-se da população e espalhar charme e sorrisos e bem pode correr o que quiser no seu jogging na Avenida do Mar, fazer compras no Mercado dos Lavradores, assistir à missa aos Domingos, fazer acordos com os presidentes das câmaras da Ribeira Brava e São Vicente e outros barões, baronetes e afins.
A única ténue hipótese que resta ao PSD é fazer tudo o que escrevi no parágrafo anterior, o que dá um ano e meio para tudo, mais o anúncio público, atempado, de que o candidato a presidente do Governo Regional é outro, caso contrário, o que resta saber é se o presidente da Câmara Municipal do Funchal ganha com maioria absoluta ou relativa e se há ou não coligação pré-eleitoral (e Esperança é um nome com uma força brutal) com as consequências que isto pode ter internamente no PS-Madeira, porque há muito lugar em disputa e ter que negociar e partilhar com dois partidos presentemente com maior número de deputados (CDS e JPP) é assaz complicado. Mas esta ainda existente possibilidade como também a de haver uma coligação pré-eleitoral PSD/CDS são matéria para um próximo artigo.
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