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MBA: o que mudou na vida deles após o ‘Master’

Dionizia Ferreira, Hélder Santos e Ângela Cunha contam ao Jornal Económico como o MBA lhes transformou a carreira profissional.
16 Março 2019, 17h00

Um MBA permite reunir metodologias e frameworks que ajudam a sistematizar a realidade e a suportar decisões nos vários campos da gestão. Dionizia Ferreira, administradora dos CTT, tirou o Executive MBA na AESE Business School, criada pela Associação de Estudos Superiores de Empresa, e isso mudou-lhe a vida profissional. “Esse conhecimento faz com que a intuição e experiência profissional de cada gestor possa ser suportada por conhecimento técnico e académico. Através dos trabalhos de grupo, trabalhos individuais e testes escritos voltam-se  a exercitar competências para alguns “adormecidas”, dependendo da profissão de cada um, como a produção de documentos escritos, a apresentação oral, o trabalho em equipa, a velocidade de sistematização de ideias e tomada de decisão – aspetos essenciais  em muitas profissões e, sem dúvida, para um gestor”, conta a administradora ao Jornal Económico. Antes desta especialização, Dionizia passou pelas funções de diretora comercial e marketing de corporate, pequenas e médias empresas e rede de retalho.

A motivação intrínseca de atualizar conhecimentos e alargar as suas áreas de competência foi o mote para regressar às salas de aula.  “A aquisição de conhecimentos é efetuada através dos conteúdos passados em aula e exercitados em estudos de caso ou trabalhos de grupo mas também pela troca de experiências entre os alunos. É por isso que em muitos MBAs se exige uma experiência profissional prévia relevante – para garantir que a troca de experiências entre colegas é em si uma mais-valia e um aspeto diferenciador. Há quem recorra aos MBA porque em dado momento é crítico alargar o networking”, diz.

Sobre o que mais contribuiu para esta mudança, a administradora não tem duvidas. “O MBA através dos conhecimentos adquiridos pode  ajudar a construir o perfil ajustado a determinadas oportunidades de carreira. Por exemplo, se um médico tiver um MBA estará melhor habilitado a gerir um serviço num hospital ou a assumir um cargo na administração do hospital comparativamente com um médico que não tenha conhecimentos de gestão. Também o networking  proporcionado durante um MBA pode possibilitar referências e contactos facilitadores de uma mudança profissional. No meu caso em particular, ajudou na transição para uma função ao nível da gestão de topo da organização”.

O primeiro dia de aulas

Hélder Santos era responsável informático na sociedade de advogados CMS Rui Pena & Arnaut quando se inscreveu no MBA da Lusófona Information Systems School (LISS). Hoje em dia, é diretor de Digital & IT da CMS Legal, e está baseado em Frankfurt, onde mantém o foco na globalização através de tecnologia, com ênfase na inovação em áreas de Cloud, segurança e serviços de IT.. Viaja quase todos as semanas. “Lembro-me de há quase seis anos quando me perguntaram no primeiro dia de aulas a razão de estar ali, eu ter respondido prontamente: procuro uma carreira internacional e estas aulas vão ajudar-me nisso. Sem dúvida foi o motivo inicial”, lembra ao Jornal Económico.

A mudança de carreira ou o alargar de competências fundamentais é a segunda razão mais importante para a entrada “nesta aventura” de um MBA – após um crescimento e progressão na vida profissional. “No meu caso em particular, verifiquei na minha vida profissional que seria óbvio a necessidade de ter uma formação estruturada em Gestão, vertente essencial de qualquer MBA”, acrescenta Hélder Santos.

Este responsável de novas tecnologias acredita que “tomou o melhor caminho” para equilibrar o portefólio profissional e pessoal. Além da aquisição de conhecimentos completamente desconhecidos para um IT Manager, como técnicas de apresentação, marketing ou contabilidade, o MBA permitiu-lhe exponenciar a capacidade de resolução de problemas, de forma “muito eficaz e mais eficiente”. “Algumas das coisas que aprendi não são novas para alguém com anos de experiência profissional e, por vezes, parecem traduzir-se em senso comum”, afirmou. Após o MBA teve a oportunidade de começar uma carreira internacional que dia a após dia o desafia de variadas formas. “Tive a sorte de no MBA estar rodeado por pessoas que me desafiaram a ser melhor e isso ajudou na minha carreira. O benefício da network de pessoas que criei é definitivamente um dos argumentos mais fortes que posso enunciar. Conheci pessoas incríveis que me ajudaram e ajudam de maneiras que nunca imaginei”, sublinha.

No entanto, Hélder Santos conquistou outros skills. “A minha confiança e força interior aumentaram assim bem com o meu próprio conhecimento e autoconsciência, de maneiras que nunca pensei que fossem possíveis. Aprendi a canalizar esses sentimentos e utilizá-los para sobressair – libertando o meu verdadeiro potencial. Foi assim que o MBA me influenciou, não só durante o período escolar, mas para o resto da minha vida”.

No caso de Hélder, devido ao MBA descobriu novas ideias, novos campos e novas áreas de interesse. “Posso dizer que o desafio e o estímulo tornam-se viciantes por si mesmos”.

Para este especialista, é fundamental entender que os frutos colhidos no MBA são ao longo da carreira e não apenas no futuro imediato. “Em cinco anos, dez anos, quem sabe aonde onde estarei? Uma coisa é certa: ter um MBA no meu currículo funcionará a meu favor”.

Especialização para progredir na carreira profissional

Ângela Cunha desempenhava e acumulava várias funções como engenheira da qualidade, responsável da área de ambiente ou segurança  antes de decidir candidatar-se ao The Lisbon MBA, programa que resulta de uma parceria entre a Católica-Lisbon e a Nova SBE. “Quando iniciei a minha vida profissional os planos foram ficando para trás e fui avançando na vida profissional só focada no dia a dia e nos desafios mais imediatos. A certa altura da minha carreira senti que estava a estagnar e que os desafios só mudavam de nome. Além disso, 80 por cento da minha carreira foi feita na indústria automóvel e gostava de experimentar outras áreas”,  conta Ângela Cunha ao Jornal Económico.

Assim, voltou a olhar para o percurso profissional como um todo e esta especialização tinha bastante sentido. Claro que uma evolução na carreira também fazia parte dos planos mas os objetivos principais passavam pela aquisição de competências na área de gestão e a mudança de área profissional.

Logo após o MBA iniciou um novo desafio profissional na área de energia com uma função de gestão. Esta mudança correspondeu às expectativas que tinha ao ingressar neste curso com o bónus de trabalhar num projeto que a motivava bastante por ser muito abrangente em termos de funções e com cariz social.

“Em termos de funções não me seria possível abranger todas as necessidades da nova função sem os conhecimentos adquiridos durante o MBA. As vertentes da função eram muitas e variadas, englobando áreas técnicas, financeiras, marketing, gestão de financiamentos, gestão de fornecedores, logística, entre outras. “No dia a dia senti também que a gestão de tempo e as prioridades evoluíram com impacto positivo no balanço da vida profissional e pessoal”, afirma.

Em relação ao que mais contribuiu para esta mudança, Ângela explica: “Toda a experiência do MBA em conjunto contribuiu para a mudança, mas destaco a rede de contactos e as competências adquiridas. Embora não seja uma conclusão tão imediata diria que o MBA funcionou também como um alargar de horizontes”.

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