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O que se come pode ser uma arma

O futuro do abastecimento alimentar para uma população mundial em crescendo depende de diversos fatores, especialmente das alterações climáticas. Mas outro destaca-se: a geopolítica, cada vez mais determinante.
13 Julho 2025, 11h30

Antes de ser invadida pela Rússia, em fevereiro de 2022, a Ucrânia era responsável por cerca de 10% das exportações mundiais de trigo, 15% das de milho e quase 20% das exportações de cevada. Produzia, também, mais de metade do óleo de girassol do mundo. Juntando os dois países, o peso no comércio mundial de trigo e cevada chegava aos 30%, um quinto do milho e quase 75% do óleo de girassol.

Com a guerra, a produção ucraniana de cereais caiu 34%, quando comparamos a campanha de 2024/25 com a últimas antes da invasão, a de 2021/22. A produção estimada de milho para a campanha de 2025/26 deverá cair 30,9%, para 29 milhões de toneladas. Só a produção de óleo de girassol mostrou resiliência e até aumentou.

Isto fez disparar o risco para o fornecimento de alimentos a nível global, antecipando-se desastres, porque 36 dos 55 países que enfrentavam uma crise alimentar dependiam das exportações da Rússia e da Ucrânia. Os preços subiram, claro. Mais de um terço no caso do óleo de girassol, 27% no do milho e 17% na cevada. A “Iniciativa para o Transporte Seguro de Grãos e Alimentos dos Portos Ucranianos” e uma maior oferta de outros produtores acabou por estabilizar a espiral de subida de preços dos alimentos, mas ficou o aviso, que se mantém.

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