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“O racismo é veneno”. Merkel reage aos ataques em Hanau, na Alemanha

Também a presidente da Comissão Europeia condenou os ataques que provocaram 11 mortos esta quarta-feira. Além das 11 vítimas mortais, quatro pessoas ficaram feridas. Entre os mortos estão o autor dos disparos e a mãe do atacante.
20 Fevereiro 2020, 13h23

Onze pessoas morreram e cinco outras ficaram gravemente feridas no seguimento de dois tiroteios na noite de quarta-feira na cidade de Hanau, perto de Frankfurt, na Alemanha, na qual o Ministério Público Federal, encarregado da investigação, concluiu ter “motivações xenófobas”.

Em reação aos ataques, a chanceler alemã Angela Merkel considerou que “o racismo é veneno” e confirmou que as evidências sugerem que o atacante foi guiado por motivos de “extrema-direita alemã”, cita o El Mundo, esta quinta-feira. A também alemã e presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen , ficou “profundamente chocada” com a tragédia nesta cidade alemã e transmitiu as suas “mais sinceras condolências” às famílias das vítimas.

Além das nove vítimas do ataque, o alegado autor dos tiroteios e uma segunda pessoa foram encontrados sem vida num apartamento alvo de buscas pelas autoridades poucas horas depois do ocorrido. O atacante foi identificado como Tobias R., de 43 anos, pela polícia alemã; e a segunda pessoa é a mãe dele, de 72 anos. Tobias matou a mãe, que não esteve envolvida nos tiroteios, e suicidou-se de seguida.

As autoridades encontraram um vídeo e uma carta no apartamento que, segundo as autoridades alemãs, refere-se a uma “teoria de conspiração sobre maus tratos a crianças nos Estados Unidos”. O conteúdo já está a ser analisada por especialistas.

O atacante foi identificado após terem sido encontradas pistas num carro abandonado junto ao local dos tiroteios. No interior, havia revistas sobre tiro e munições.

De acordo com o jornal alemão Bild, os tiroteios em Hanau aconteceram em dois bares de shisha diferentes, o Midnight e o Arena Bar & Cafe. Três pessoas foram atingidas mortalmente num e no outro, cinco pessoas morreram. O atacante terá começado a disparar a partir de um carro em movimento em Kurt-Schumacher-Platz, uma praça no centro da cidade, onde se localizam esses estabelecimentos.

Mas o que mais preocupa as autoridades alemãs é a ameaça de terrorismo de extrema direita, especialmente desde o assassinato de um político alemão favorável a migrantes do partido da chanceler Angela Merkel em junho passado.

Na sexta-feira passada, 12 membros de um grupo de extrema direita foram presos como parte de uma investigação antiterrorista. Acredita-se que os detidos estava a planear ataques em larga escala contra mesquitas, imitando o autor do duplo ataque de Christchurch na Nova Zelândia, que em março de 2019 matou 51 pessoas em duas mesquitas e transmitiu o ataque ao vivo no Facebook.

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