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O teletrabalho veio para ficar. E agora?

Os colaboradores devem sentir a integração na empresa e proximidade com os seus líderes. Os gestores devem estar “presentes” e evitar uma dinâmica de “longe da vista, longe do coração”.
29 Janeiro 2021, 08h39

Uma das frases com mais frequência atribuídas a Charles Darwin (e que, na verdade, é da autoria de Leon C. Megginson) estabelece que “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.

Acabamos 2020 com a certeza de que este foi um ano altamente disruptivo. O mundo teve de se adaptar de um dia para o outro. As empresas não foram exceção. O seu funcionamento interno e externo mudou e, com esta transformação, as suas prioridades também se alteraram.

As organizações foram forçadas a mudar a sua forma de trabalhar e de servir ou comunicar com os clientes. Os sistemas de trabalho à distância foram acelerados, conseguindo no espaço de poucos meses a implementação de novos hábitos que em condições normais levariam cerca de uma década.

O Barómetro Kaizen RH, que questionou cerca de 150 diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais, mostra-nos que se antes da pandemia as empresas elegiam como prioridades a retenção de talento e a contratação de novos profissionais, hoje focam-se na preparação do colaborador para diferentes cenários no médio e longo prazo e na melhoria das condições de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Aliada a esta mudança de mentalidade, assistimos a uma reinvenção do conceito de dia normal de trabalho: o teletrabalho chegou – e veio para ficar. De acordo com os resultados do estudo, em 2021, sete em cada dez empresas planeiam adotar um regime híbrido, isto é, uma semana com alguns dias remotos e outros presenciais. Mas quais os desafios que esta dinâmica vai trazer aos negócios?

Transformar, Comunicar e Apoiar

O ponto-chave para um regime híbrido funcionar é a garantia de uma comunicação eficiente e a rápida adaptação de standards e protocolos de trabalho.

As equipas devem estar bem coordenadas e comunicar com regularidade, para assegurar o envolvimento e evolução de todos. Os processos devem ser agilizados, com uma reengenharia que permita um serviço mais rápido e eficiente, com foco no valor entregue ao cliente e eliminando dificuldades, variabilidade, tempos e tarefas de desperdício do lado dos colaboradores.

Para reforçar a vertente humana, a motivação e o compromisso, devemos medir e melhorar diariamente, envolvendo cada equipa e cada indivíduo na identificação e concretização de oportunidades para aumentar a performance e evidenciar a importância de cada área para os resultados da organização.

Digitalizar processos e formar colaboradores

Esta é uma vantagem enorme para empresas jovens, que, na sua maioria, já são constituídas por nativos digitais. As empresas mais tradicionais e antigas têm impreterivelmente de investir em programas de transformação digital para que cada um dos colaboradores se sinta capaz de usufruir de todas as ferramentas proporcionadas pelo trabalho remoto.

Inovar é também saber adaptar o uso da tecnologia a cada faixa etária e aproveitar de cada colaborador os seus pontos fortes. É fundamental liderar e assegurar a transformação diária e consistente, com todas as pessoas, em todas as áreas, para chegar a níveis de desempenho económico e financeiro de excelência, garantindo a sustentabilidade futura das organizações.

É importante reforçar que em novos tempos são necessários novos hábitos e novos paradigmas para fazer face a novos desafios. A chave para o sucesso das empresas na próxima década está, como dizia Megginson, na sua capacidade de se adaptarem de forma rápida aos novos desafios e novos tempos.

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