São conceitos antigos mas ainda hoje muito usados e não apenas na Literatura/História das Ideias e Cultura. Também na política. Falo-vos da “mimésis”, em grego, ou da imitatio, em Latim. E se é bem verdade que aprendemos copiando/imitando, basta lembrar as crianças que fomos, também não é menos verdade que este modo de aprendizagem prossegue pela vida adulta fora mas que um homem de verdade, os tais de quem sempre se diz serem com H (agá) grande, não copiam/imitam o pior que os outros têm e fazem; é que se o fizerem passam a ser bem piores do que eram, passam de maiúsculos a minúsculos, por mais que julguem o contrário.
Dito isto, vamos ao que interessa. Tivemos um presidente do Governo Regional que durante 37 anos ignorou o mais importante órgão de governo próprio da nossa Autonomia. A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira foi, nas mãos de Alberto João Jardim, uma espécie de cabaré burlesco, que só se dignava visitar aquando da apresentação dos Orçamentos Regionais e pouco mais.
E, agora, passado que foi esse vergonhoso período político da nossa história pós 25 de Abril, temos um “wannabe” que quer ser ocupar a Quinta Vigia, mas que desrespeita a casa-mãe da nossa democracia. Isso mesmo, refiro-me ao actual presidente da Câmara Municipal do Funchal e à sua recusa, ainda por cima mal fundamentada, em ir ao parlamento regional explicar aos deputados da Comissão Regional de Saúde e Assuntos Sociais, eleitos tão legitimamente quanto ele e que são representantes de todo o nosso arquipélago, o que se passou no arraial do Monte, com a queda da árvore que matou 13 pessoas. Ou seja: os deputados da Madeira e Porto Santo valem pouco.
Não estou surpreendido. Nem sequer estou indignado, confesso. Por uma razão muito simples: estou há muito vacinado e espero tudo e mais alguma coisa de megalómanos e mitómanos e tenho a paciência do tempo. Sou, por natureza, família, educação e personalidade, estoico. E irei, como sempre, aguardar, serenamente, o que aí vem e ,se precisar de conforto, mergulharei, mais uma vez, em Séneca, lendo, não plagiando, e sorrindo neste caminho de margens, que é a vida dos que são realmente kalos kai agathos (καλός καi αγαθός), belos e virtuosos de acordo com os ideais gregos.
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