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Óbito/Papa: Ação em favor dos migrantes e em prol da paz lembrados na missa exequial

“São inúmeros os seus gestos e exortações a favor dos refugiados e deslocados. Constante foi também a sua insistência em agir a favor dos pobres”, disse o cardeal Giovanni Battista Re na leitura da homilia.
Reuters
26 Abril 2025, 11h33

A ação do Papa Francisco em favor do migrantes e refugiados, bem como os seus esforços em prol da paz, foram hoje destacados na homilia da missa do seu funeral, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

“São inúmeros os seus gestos e exortações a favor dos refugiados e deslocados. Constante foi também a sua insistência em agir a favor dos pobres”, disse o cardeal Giovanni Battista Re na leitura da homilia.

Segundo o cardeal italiano, “é significativo que a primeira viagem do Papa Francisco tenha sido a Lampedusa, ilha símbolo do drama da imigração, com milhares de pessoas afogadas no mar”.

“Na mesma linha se inscreve a viagem a Lesbos, com o Patriarca Ecuménico e o Arcebispo de Atenas, e a celebração de uma missa junto da fronteira mexicana com os Estados Unidos, por ocasião da sua viagem ao México”, disse o cardeal decano do colégio cardinalício perante uma assembleia onde pontificava o Presidente norte-americano Donald Trump,

O cardeal Re fez ainda questão de evocar as “47 cansativas” viagens apostólicas do Papa Francisco, dando relevo à que “fez ao Iraque em 2021, desafiando todos os riscos”.

“Essa difícil Visita Apostólica foi um bálsamo para as feridas do povo iraquiano, que tanto tinha sofrido com a ação desumana do Estado Islâmico. Foi uma viagem importante também para o diálogo inter-religioso, outra dimensão relevante do seu trabalho pastoral”, afirmou.

Também as visitas a quatro nações da Ásia-Oceania, em 2024, a levarem o Papa “à periferia mais periférica do mundo”, mereceram referência na homilia, onde foi sublinhada sua luta contra a “cultura do descarte”.

As suas encíclicas, como a Fratelli Tutti, com a qual “pretendeu reanimar a aspiração mundial à fraternidade”, ou a Laudato SI, chamando a atenção “para os deveres e a corresponsabilidade em relação à ‘casa comum’”, ou a sua defesa de que “ninguém se salva sozinho”, foram também referidas na homilia do cardeal italiano.

Giovanni Battista Re não deixaria, também, de sublinhar o papel do Papa nos apelos à paz.

“Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra – dizia ele – é apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas”, disse o presidente da cerimónia.

A finalizar a homilia, Re lembrou que “construir pontes e não muros” foi uma expressão muito repetida por Francisco.

Logo após a missa exequial que está a decorrer na Praça de São Pedro, no Vaticano, o corpo de Francisco será transportado para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde ficará sepultado.

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