[weglot_switcher]

Obrigado por tudo, Sr. Cohen

Leonard Cohen deixou-nos. Mais pobres, mais órfãos, mais tristes. Fica a obra que vai perdurar pela eternidade.
REUTERS / Eloy Alonso
11 Novembro 2016, 11h38

Obrigado pela tua poesia, que recitavas como se cantasses. Obrigado pela tua voz quente, doce, rouca. Pelos acordes de guitarra e coros femininos que aguardávamos sempre com antecipação. Obrigado por Hallelujah, I’m Your man, The Partisan, Suzanne, Bird on a Wire, Chelsea Hotel, Ain’t No Cure for Love ou You Want it Darker, lançado este ano. Obrigado por todas as tuas músicas, na realidade. Obrigado por nos fazeres rir e chorar como fizeste em tempos com a tua musa Marianne.Hoje, no dia da tua morte, soubemos que lhe escreveste uma carta de despedida em julho passado, dois dias antes da vez dela.

Well Marianne, it’s come to this time when we are really so old and our bodies are falling apart and I think I will follow you very soon.

Know that I am so close behind you that if you stretch out your hand, I think you can reach mine.

And you know that I’ve always loved you for your beauty and for your wisdom, but I don’t need to say anything more about that because you know all about that. But now, I just want to wish you a very good journey.

Goodbye old friend. Endless love, see you down the road.

A 11 de novembro, aos 82 anos, Leonard Cohen seguiu-a. As causas da morte não foram reveladas, mas o filho Adam adiantou à revista Rolling Stone que o pai  “faleceu em paz na sua casa em Los Angeles, com a consciência de que tinha terminado o que sentia ser um dos seus melhores discos. Ele escreveu sempre, até ao fim, com um sentido de humor único”.

Possivelmente ris-te já com Marianne. Nós também vamos rir um destes dias, mas por agora só nos apetece chorar. So long, Leonard.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.