O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, avisou que os comunistas decidirão a votação final da proposta do Orçamento do Estado para 2020, marcada para 6 de fevereiro, “em função daquilo que de concreto resultar dos avanços em fase de especialidade e do quadro político”, acusando o Executivo de António Costa de “submissão às imposições da União Europeia e do euro e aos interesses do grande capital”, o que se traduz numa opção: “O Governo dá ao excedente aquilo que falta ao país.”
“Trata-se de um excedente que não é alcançado, no essencial, em resultado do dinamismo e crescimento económico, da justa tributação da riqueza produtiva, nem do corte de privilégios e mordomias de que gozam os grupos económicos, mas sim à custa dos salários e dos direitos dos trabalhadores, do investimento que faz falta nos hospitais, nas escolas, nos tribunais, nas ferrovias, nas estradas, nas florestas e nas empresas produtivas, sacrificando aumentos nas pensões de reforma e limitando a contratação de milhares de trabalhadores que fazem falta ao Serviço Nacional de Saúde, às forças de segurança e às escolas”, enumerou o líder comunista.
Apesar disso, Jerónimo de Sousa explicou a abstenção que irá contribuir para a aprovação do Orçamento do Estado como uma tentativa de “não fechar a possibilidade de inscrever medidas” contrárias à “rédea curta que emana de Bruxelas” e aos “interesses do grande capital”. Colocando a recuperação do poder de compra dos salários como “uma verdadeira emergência nacional” ou a contratação de milhares de trabalhadores “que fazem falta aos serviços públicos”, a progressividade dos IRS e a tributação dos lucros dos grandes grupos económicos em Portugal.
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