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OE2023: PSD diz que Governo está “em roda livre” e avisa que oposição não se faz com gritos

O líder parlamentar do PSD acusou hoje o Governo de estar em “roda livre” com uma sucessão de casos e o primeiro-ministro de “clara perda de autoridade”, mas avisou que a oposição “não se faz gritando, insultando, mentindo”.
Flickr/PSD
25 Novembro 2022, 13h11

Na intervenção na sessão de encerramento da votação do Orçamento do Estado para 2023, Joaquim Miranda Sarmento acusou também o PS de ser “uma maioria fechada em si própria”, que rejeitou 97% das propostas da oposição, e considerou que, apesar do Governo só ter oito meses parecem “ter passado oito anos”.

“Este é um governo sem coordenação política, paralisado por casos e escândalos. Escândalos que se sucedem a um ritmo quase semanal, e que são cada vez mais graves. Cada novo caso é pior que o anterior. E atingem a autoridade direta do primeiro-ministro”, criticou, falando em “casos sucessivos de contornos politicamente duvidosos ou, no mínimo, criticáveis”.

Para o líder da bancada do PSD, “todos juntos” os vários casos “colocam em causa a credibilidade das instituições e minam a confiança dos cidadãos”.

“E é isso, senhor primeiro-ministro, que alimenta também os populismos. Este é um Governo em roda livre, em deterioração acelerada sob o olhar impávido e a anuência de um primeiro-ministro em clara perda de autoridade”, acusou, dizendo que o executivo de António Costa “se limita a navegar à vista da costa”.

Em alternativa, defendeu, o PSD cumpriu no debate orçamental o papel que cabe ao maior partido da oposição, apresentando “soluções alternativas para o país”.

“No espaço não-socialista, de centro-direita, a oposição a este governo não se faz gritando, não se faz vilipendiando, não se faz insultando, não se faz mentindo, não se faz procurando dividir os portugueses”, defendeu, numa passagem aplaudida pela bancada e que mereceu alguns ‘apartes’ da bancada do Chega.

Para Miranda Sarmento, “no centro-direita, a oposição faz-se com os 77 deputados do PSD, com verdade, com serenidade, com pragmatismo”.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, chegou ao parlamento pouco antes do início da sessão de encerramento, à qual está a assistir no seu gabinete do grupo parlamentar social-democrata, não tendo falado aos jornalistas à entrada.

Na sua intervenção, Miranda Sarmento voltou a enumerar as marcas que o PSD tem apontado ao Orçamento do Estado para 2023, com o empobrecimento à cabeça, regressando “ao corte de mil milhões de euros” nas pensões e quebra do poder de compra dos funcionários públicos e setor privado, e a falta de ambição.

“Em vez de apanharmos o pelotão da frente somos afinal o carro vassoura da Europa”, lamentou.

Miranda Sarmento apontou ainda ao Governo PS o que chamou de “mito das contas certas”, lamentando que não tenha aproveitado melhor a conjuntura internacional favorável entre 2016 e 2019.

“Mas atente-se ao que, esta semana, a Comissão Europeia disse na avaliação do Orçamento e da política orçamental do Governo: que Portugal pode estar num caminho de violar as recomendações orçamentais de prudência da Comissão. Até Bruxelas já suspeita da ilusão Socialista”, avisou.

O líder da bancada social-democrata acusou ainda o Governo de, apesar de os serviços públicos estarem “em colapso quase estrutural”, o Governo “esbanjar o dinheiro dos contribuintes” na gestão de empresas como a TAP e a Efacec.

“Dois casos que ilustram bem a política em ‘zig zag’ socialista (…) Na TAP, em 2015, era a política do zig, em que a TAP era como as caravelas do século XV. Depois da privatização de 2015, foi a vez do zag, com a reversão da privatização deste governo em 2016, com o Estado a assumir os riscos”, criticou, considerando que atualmente “é o completo desnorte” sobre o futuro da situação da empresa, em que já foram investidos 3,2 mil milhões de euros.

Também na Efacec, disse, “o governo já enterrou na empresa 170 milhões de euros de dinheiro dos contribuintes e, com o falhanço da privatização, prepara-se para enterrar mais umas centenas de milhões de euros do dinheiro dos portugueses”.

“Não há dúvidas sobre uma conclusão comum a estes dois casos: com o dinheiro dos outros é muito fácil ser socialista”, criticou, classificando ainda a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como de “muita parra e pouca uva”.

Joaquim Miranda Sarmento considerou que os últimos “mais de 20 anos de estagnação económica não são uma fatalidade” e defendeu que “o país não tem de se resignar” e que o PSD está pronto para ser alternativa.

“Se o país está hoje mais na cauda da Europa e com menos perspetivas de futuro, isso deve-se sobretudo às políticas erradas do Partido Socialista. O PS só quer ser poder, mas sem ser governo, incapaz de fazer as reformas e as mudanças estruturais que o país precisa”, concluiu.

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