A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) considera que o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), que é apresentado esta sexta-feira, deve ter três prioridades fundamentais para o setor: a modernização das empresas, um fundo de proteção que salvaguarde consumidores e agências em caso de falência de companhias aéreas, e o investimento em infraestruturas e acessibilidades, tendo como um dos focos a solução aeroportuária em Lisboa.
“Em convergência com as propostas da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), consideramos que o Orçamento do Estado para 2026 deve ser um instrumento decisivo para assegurar a competitividade do turismo português, num contexto internacional cada vez mais exigente”, revela o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, quando questionado pelo Jornal Económico (JE) sobre as reivindicações da associação no Orçamento.
O dirigente da APAVT considera que “não se trata” de solicitar apoios financeiros diretos, mas sim de promover medidas “estruturais, regulatórias e de investimento público” quer permitam reforçar a “modernização das empresas, assegurem regras justas de concorrência e garantam melhores acessibilidades”.
No campo da modernização e competitividade o presidente da APAVT considera que num setor que se encontra em “profunda” transformação tecnológica, com a inteligência artificial, a automação e o NDC (sigla para novas capacidades de distribuição) no transporte aéreo, o OE2026 deve “apoiar a digitalização, a capacitação tecnológica e novos instrumentos financeiros, garantindo que as empresas portuguesas possam competir de forma justa” num mercado global.
Pedro Costa Ferreira salienta que a APAVT também defende que seja criado no OE2026 um fundo de proteção que salvaguarde consumidores e agências em caso de falência de companhias aéreas.
“Este mecanismo pretende garantir o reembolso de bilhetes não utilizados e assegurar o repatriamento de passageiros, reforçando a confiança no setor e promovendo maior segurança para todos os viajantes”, explica o presidente da associação.
Pedro Costa Ferreira considera que este fundo de proteção deve ser financiado por “contribuições obrigatórias” das companhias aéreas que operam em Portugal e gerido por uma entidade pública.
O presidente da APAVT adianta também que o regime jurídico deste fundo de proteção deve prever “mecanismos de reclamação simplificados, limites máximos de compensação por passageiro e direito de sub-rogação nos créditos reclamados” contra as companhias em insolvência.
“Traduzindo-se num passo essencial para alinhar o país com as melhores práticas europeias, protegendo o consumidor e fortalecendo a resiliência do turismo nacional”, diz Pedro Costa Ferreira sobre o fundo de proteção.
A APAVT defende que o Orçamento, para 2026, deve contemplar também investimento em infraestruturas e acessibilidades de modo a que se potencie o crescimento turístico.
“O crescimento do turismo em Portugal continua limitado por problemas estruturais. Sem uma solução aeroportuária em Lisboa, Portugal arrisca perder competitividade face a destinos concorrentes no Mediterrâneo”, alerta o presidente da APAVT.
“O OE2026 deve assumir compromissos claros em transportes, aeroportos, ferrovia e mobilidade interna, para sustentar o crescimento, diversificar mercados e reforçar a atratividade do destino”, afirma Pedro Costa Ferreira.
“Só com modernização tecnológica, criação de mecanismos de salvaguarda dos consumidores e agências, e ainda melhores acessibilidades será possível assegurar que o turismo português mantém a sua liderança europeia e continua a ser motor essencial da economia nacional”, conclui o presidente da APAVT.
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