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Oito empresas portuguesas presentes na maior feira internacional chinesa

A participação é restrita à aceitação da candidatura por parte da entidade mandatada para rastrear potenciais parceiros de negócio. O que de algum modo assegura a assinatura de contratos de fornecimento à segunda maior economia do mundo.
  • Presidente da República Popular da China, Xi Jinping
30 Outubro 2020, 11h50

Portugal vai estar representado por oito empresas na terceira edição da mais importante feira internacional chinesa, a CIIE, China International Import Expo (CIIE) 2020, a ter lugar em Xangai – uma espécie de praça forte que ao longo do século XX foi a região de aproximação do antigo Império do Meio ao ocidente – que decorrerá, remotamente, no início de novembro.

As empresas portuguesas, explicaram ao JE, tiveram um primeiro contacto através de uma pré-inscrição numa plataforma do grupo Internacional Prosperus Alliance, presente na China desde 2006 e que serviu de interface entre o mercado nacional e a organização da feira – da responsabilidade do banco chinês ICBC (Industrial Comercial Bank of China). Somelos, Lameirinho, Grupo AGPMeat, Maporal, João Portugal Ramos, Mariano Shoes, Cordex e a agência de viagens Abreu compõem o contingente português presente em Xangai.

Por esta via, “de algum modo a presença na feira assegura a existência de negócios futuros, uma vez que a CIIE está à procura de fornecedores que neste momento faltam ao mercado interno”, explicou Luís Ferreira, diretor de marketing da Cordex, empresa de cordoaria de Esmoriz.

Isso mesmo explicaram Tânia Lima, responsável da têxtil Lameirinho, especializada em têxteis-lar, e Fátima Oliveira, da Mariano Shoes (pertencente ao grupo All Around Shoes Calçado). A Mariano não tem ainda qualquer exposição ao mercado chinês, o que eleva ainda mais “a importância de estarmos presentes”, disse Fátima Oliveira. “A Mariano produz calçado de luxo, e neste momento esse segmento é muito importante na China”. A empresa já exporta cerca de 80% da produção, sendo que a abertura de uma frente de interesses na China “vai permitir o reforço desta quota”, explicou ainda.

“A Lameirinho foi convidada a participar nesta mostra que vai decorrer em Xangai no inicio de novembro. O contacto com a nossa empresa vai ser digital através de uma plataforma que foi preparada para este evento e temos um parceiro local neste mercado que vai expor os nossos produto no seu show room e fazer a ponte com o espaço da feira”, explicou Tânia Lima.

Já presente no mercado chinês com a marca Lameirinho, “queremos aumentar a nossa presença; sabemos que gostam da qualidade do produto, do design e do posicionamento da nossa marca”. Por outro lado, e “face ao cenário em que vivemos, temos feito apresentações personalizadas para cada um dos nossos clientes, com todas os meios que se encontram à nossa disposição. Nesta fase temos substituído as feiras internacionais por um tour virtual”.

A China International Import Expo é uma das principais feiras internacionais da China e o governo chinês está profundamente envolvido na sua realização. A abertura da edição do ano passado foi assegurada pelo próprio presidente chinês, Xi Jinping – que ali tem recebido alguns chefes de Estado e de governo que assumem preponderância especial no âmbito da sua realização.

O presidente russo Vladimir Putin, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi ou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, foram três dos estadistas que Xi Jinping já recebeu em Xangai.

A presença das empresas, nomeadamente das portuguesas, é materializada através de uma plataforma de marketplace criada pelo ICBC, a Business Matchmaking (BMM), que assegura a exposição de produto, as negociações por videoconferência, e a celebração de acordos ou contratos. A BMM operará pela primeira vez nestes moldes e magnitude, e vai permitir o matchmaking no universo de 8,1 milhões de clientes corporativos do ICBC.

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